O mercado físico do boi gordo enfrenta mais uma queda nos preços nesta quarta (19), reflexo da oferta crescente de fêmeas, o que permitiu à indústria frigorífica avançar nas suas escalas de abate. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, esse movimento de baixa foi particularmente forte na Região Norte, impactando também os estados com muitos abates.
Em contrapartida, Iglesias destaca que as exportações de carne bovina continuam sendo um fator crucial para evitar desvalorizações mais intensas. Apesar da baixa nos preços internos, o bom desempenho das exportações tem sustentado o mercado, impedindo quedas mais expressivas nos valores da arroba do boi gordo.
A média de preços da arroba varia conforme a região, com São Paulo cotando a arroba a R$ 315,92, Goiás a R$ 300,18, Minas Gerais a R$ 305,82, Mato Grosso do Sul a R$ 305,34 e Mato Grosso a R$ 310,27.
No mercado atacadista, os preços da carne bovina estão acomodados, mas a expectativa é de novas quedas a curto prazo, especialmente na segunda quinzena do mês, com a reposição mais lenta entre atacado e varejo.
O consumo de carne bovina segue pressionado, com o perfil indicando maior procura por proteínas mais acessíveis, como carne de frango, ovo e embutidos. No atacado, o quarto dianteiro segue sendo comercializado a R$ 17 por quilo, enquanto a ponta de agulha está a R$ 17,50 e o quarto traseiro a R$ 25.
O câmbio também impacta o mercado de carne bovina, com o dólar comercial encerrando a sessão em alta de 0,65%, cotado a R$ 5,7256 para venda. A oscilação do câmbio é uma variável que pode continuar influenciando tanto os preços internos quanto a competitividade das exportações brasileiras de carne bovina nos próximos meses.
