A união entre as raças Angus e Nelore tem se consolidado como um dos principais responsáveis pela melhoria da qualidade da carne brasileira nos últimos anos. Esse “casamento de conveniência” entre as raças combina a rusticidade do Nelore com a precocidade do Angus, resultando em um produto final que atende às exigências dos mercados internacionais. Assista ao vídeo abaixo e veja mais.
José Paulo Cairoli, presidente da Associação Brasileira de Angus e Ultrablack (ABA), acredita que essa colaboração entre a raça taurina britânica e o zebuíno predominante no Brasil é um dos fatores-chave para que o país conquiste a liderança global na produção de carne bovina até 2027, conforme as projeções da consultoria Datagro.
Cairoli observa que o aumento da demanda por carne de qualidade é uma tendência mundial, e o Brasil está se firmando como um dos principais fornecedores desse mercado.
"Não precisamos afirmar que nossa carne é a melhor do mundo, ela já é reconhecida internacionalmente", declara o presidente da ABA.
O cruzamento entre Angus e Nelore tem sido fundamental para esse avanço.
“A heterose gerada pelo cruzamento resulta em um animal que engorda rapidamente, com marmoreio adequado e alta eficiência produtiva”, explica Cairoli.
De acordo com ele, bovinos meio-sangues já alcançam 22 arrobas em confinamento com apenas 110 dias, um ganho significativo que une qualidade e eficiência. A evolução da genética Angus no Brasil também tem sido essencial para a sua popularização.
“Antigamente, importávamos genética da Argentina e dos Estados Unidos, mas hoje conseguimos desenvolver animais mais adaptados ao nosso clima e sistema produtivo”, conclui Cairoli.