EUA impõem tarifas sobre Canadá, México e China; países anunciam revanche

Medida de Trump desencadeia nova guerra comercial com retaliações imediatas dos principais parceiros econômicos

- Da Redação, com G1 e Bloomberg Línea
03/02/2025 10h34 - Atualizado há 2 dias
EUA impõem tarifas sobre Canadá, México e China; países anunciam revanche
Foto: Reprodução / Redes sociais

Os Estados Unidos confirmaram nesta sexta-feira (31) que a imposição de tarifas sobre produtos do Canadá, México e China entrará em vigor a partir deste sábado (1). A decisão foi anunciada pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, e cumpre a promessa do presidente Donald Trump de adotar medidas protecionistas contra seus principais parceiros comerciais.

As tarifas estabelecem uma taxação de 25% sobre produtos do Canadá e do México, enquanto as importações da China serão afetadas por uma taxa de 10%. Trump justificou a medida como uma resposta ao déficit comercial dos EUA e ao que classificou como "fracasso" dos países vizinhos em conter o tráfico de fentanil e a imigração ilegal.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, reagiu de imediato e anunciou tarifas de retaliação na mesma proporção para produtos americanos, em um impacto estimado de C$ 155 bilhões (US$ 106 bilhões). A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, também prometeu resposta, enquanto a China sinalizou "contramedidas correspondentes" e anunciou que levará o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).

As sanções impostas pelos EUA também prevêem cláusulas de retaliação automática, o que pode elevar ainda mais as tarifas caso os países revidem. O setor de energia canadense, incluindo exportações de petróleo e eletricidade, sofrerá uma taxa reduzida de 10% para minimizar impactos nos preços internos americanos.

Analistas apontam que as novas tarifas podem provocar um efeito cascata nas cadeias de suprimentos globais, com repercussões diretas na inflação e na instabilidade dos mercados. "Isso marca uma nova fase da guerra comercial, mirando aliados e adversários com o objetivo de avançar as metas econômicas e geopolíticas dos EUA", avalia Gary Ng, economista sênior da Natixis. O impacto já foi sentido no Brasil, onde o dólar atingiu R$ 5,83 nesta sexta-feira, impulsionado pelas incertezas econômicas globais.


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