Preços do boi gordo sobem com moderação em meio a pressões do mercado

Agressividade nas exportações e escalas de abate curtas sustentam valores, mas consumo doméstico reduzido pode limitar avanços

- Da Redação, com Canal Rural
22/01/2025 08h28 - Atualizado há 1 semana
Preços do boi gordo sobem com moderação em meio a pressões do mercado
Foto: reprodução

O mercado físico do boi gordo registrou alta moderada nos preços na terça-feira (21). Segundo Fernando Henrique Iglesias, consultor da Safras & Mercado, as condições atuais do mercado, como escalas de abate encurtadas e o forte desempenho das exportações, sustentam o movimento de elevação. Apesar disso, o avanço dos preços é limitado por fatores que afetam o consumo doméstico, especialmente no início do ano.

 

“As escalas de abate seguem como uma das principais variáveis para justificar os reajustes, mas o ambiente de negócios aponta para um crescimento comedido”, afirmou Iglesias. O especialista destacou ainda que as exportações agressivas, com um desempenho acima da média, também têm ajudado a equilibrar a oferta e a demanda no mercado interno.

 

Os preços da arroba do boi gordo apresentaram pequenas altas em algumas regiões. Em São Paulo, a cotação chegou a R$ 334,42, um aumento de R$ 0,50 em relação ao dia anterior. Minas Gerais também registrou alta, com a arroba a R$ 323,53, enquanto Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tiveram variações positivas menores, de R$ 0,10 e R$ 0,46, respectivamente. Goiás, por outro lado, manteve os mesmos valores, em R$ 323,21.

 

No mercado atacadista, os preços mostraram um comportamento misto. O corte traseiro registrou nova queda, sendo cotado a R$ 26 por quilo, uma redução de R$ 0,50. Esse ajuste reflete o perfil de consumo típico do início do ano, quando despesas como IPTU, IPVA e compra de material escolar pressionam o orçamento das famílias, incentivando a busca por proteínas mais acessíveis, como frango, embutidos e ovos. O quarto dianteiro, por sua vez, permaneceu estável em R$ 18,50, enquanto a ponta de agulha apresentou alta, alcançando R$ 18,70 por quilo, um incremento de R$ 0,20.

 

Outro fator é o comportamento do câmbio, que influencia diretamente as exportações. O dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,18%, sendo negociado a R$ 6,0312 para venda. Durante a sessão, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 6,0170 e a máxima de R$ 6,0675. A valorização do real pode impactar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, mas, por ora, o setor mantém uma dinâmica favorável.

 

 


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