A posse de Donald Trump para seu segundo mandato na presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20) marca o início de uma nova fase para os mercados financeiros. O mercado está de olho em como as políticas do presidente irão impactar a economia global, especialmente em relação às tarifas comerciais, o futuro das criptomoedas e a trajetória da inflação.
João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, destacou que o principal tema será uma ordem executiva relacionada às tarifas, com foco na China e em outros países com os quais os Estados Unidos mantêm relações comerciais tensas. No entanto, a expectativa é de que Trump não anuncie medidas concretas sobre tarifas logo no início do mandato. "Apesar das especulações, nem sempre o que ele declara se concretiza", afirmou Piccioni. Caso o presidente adote uma postura mais suave em relação às tarifas, isso poderia impulsionar o crescimento econômico.
Com a possibilidade de um crescimento acelerado, a preocupação passa a ser com o controle da inflação, um fator determinante para a definição da política de juros do Federal Reserve (FED). Segundo Piccioni, o novo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, está atento ao cenário inflacionário. "Ele disse que vai prestar atenção na inflação. Isso abre espaço para o FED acreditar que o governo dará suporte à questão", comentou o CIO da Empiricus.
No campo das criptomoedas, Piccioni se mostrou cauteloso quanto ao impacto das ‘memecoins’, como a TrumpCoin, que geram especulação no mercado. Ele acredita que as grandes oportunidades estarão nos ativos de infraestrutura relacionados a criptos, como a Solana (SOL), que podem criar novas possibilidades de negócios nesse setor.
Outro ponto destacado por Piccioni é a expectativa de uma maior desregulamentação no setor bancário, o que poderia melhorar a trajetória de juros nos Estados Unidos. "Nos últimos anos, os fundos de investimento e plataformas de financiamento desempenharam um papel importante na economia americana, mas agora os bancos devem voltar a atuar de forma mais significativa", observou o especialista.
Além disso, a tensão geopolítica, especialmente a guerra comercial com a China e o conflito da Ucrânia, também deverá afetar as decisões do governo Trump e os mercados globais nos próximos anos.