​Selic alta desafia crédito rural e pressiona produtores no Plano Safra 2025

Especialistas destacam impacto no agro e alternativas como Fiagro para manter competitividade

- Da Redação, com Canal Rural
20/01/2025 10h38 - Atualizado há 1 semana
​Selic alta desafia crédito rural e pressiona produtores no Plano Safra 2025
Foto: Reprodução
O cenário econômico de 2025 impõe sérios desafios ao crédito rural no Brasil. Com a taxa Selic projetada para alcançar 15% ao ano e inflação estimada em 5%, conforme o último Boletim Focus, o setor agrícola enfrenta um contexto de encarecimento dos subsídios e restrições orçamentárias para a equalização das taxas.
 
David Télio, diretor de Novas Estruturas Financeiras da TerraMagna, alerta sobre o impacto dessa conjuntura: “O maior custo do produtor está na aquisição de insumos e equipamentos. Esses fornecedores já incorporam nos preços os juros atualizados para vendas com prazo safra.”
 
Dados do Banco Central reforçam o quadro desafiador. No segundo semestre de 2024, a contratação de crédito rural caiu 22,2% em comparação ao mesmo período de 2023. Segundo Télio, isso reflete a inadimplência dos produtores, que limita o acesso ao crédito subsidiado, além da redução de recursos controlados devido ao aumento da Selic.
 
Apesar do aumento dos custos, Télio acredita que a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional será pouco afetada. A taxa cambial, mais do que os juros internos, é determinante nesse cenário. Ele também destaca a adaptação da cadeia de suprimentos, que historicamente ajusta preços de insumos e serviços para amortecer os impactos dos juros.
 
Por outro lado, o financiamento privado ganha relevância no setor. Títulos como CPR, o uso de fintechs e mecanismos como o Fundo de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) têm se consolidado como alternativas para suprir a necessidade de crédito.
 
“Desde 2021, o crédito privado vem crescendo. O Fiagro permite captar recursos no mercado de capitais, financiando fornecedores de insumos e, indiretamente, produtores. Isso é fundamental para assegurar a continuidade da produção de alimentos no Brasil”, conclui Télio.

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