FPA critica veto presidencial a FIIs e Fiagros e alerta para impacto na economia
Decisão pode aumentar juros, limitar investimentos e afetar setores estratégicos
- Da Redação, com Notícias Agrícolas
20/01/2025 10h29 - Atualizado há 1 dia
Foto: Reprodução
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) emitiu nota oficial expressando discordância com o veto presidencial que altera o regime tributário dos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e dos Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagros). A medida, segundo a entidade, ameaça restringir o crédito e comprometer setores fundamentais para a economia brasileira, como o agronegócio e a construção civil.
Com mais de R$ 300 bilhões em patrimônio e cerca de 3 milhões de investidores, os FIIs são essenciais para financiar projetos imobiliários e impulsionar a construção civil, que emprega milhares de trabalhadores em todo o país. Já os Fiagros, criados em 2021, somam R$ 40 bilhões aplicados principalmente no crédito rural, beneficiando cerca de 600 mil investidores, a maioria pequenos poupadores.
Para a FPA, esses instrumentos democratizam o acesso ao mercado de capitais, viabilizando aportes com valores iniciais baixos, e suprem lacunas de crédito deixadas pelo setor público. O agronegócio, que responde por quase 25% do PIB e emprega 28,6 milhões de pessoas, é um dos mais prejudicados pela decisão, já que os Fiagros desempenham papel crucial no financiamento da cadeia produtiva.
A FPA alerta que a taxação dos fundos poderá aumentar os custos de crédito, reduzir a competitividade de produtores e investidores e desacelerar setores estratégicos da economia. Além disso, há o risco de elevação dos juros, agravando os desafios enfrentados por quem depende de financiamento privado.
“Esse veto penaliza pequenos investidores e compromete o crédito em um momento em que o Brasil precisa de estímulo ao crescimento e fortalecimento da economia”, afirma a nota da FPA.
A Frente Parlamentar já articula uma reação no Congresso para tentar derrubar o veto. O objetivo é preservar a atratividade dos FIIs e Fiagros, evitando a retração de investimentos e garantindo o desenvolvimento econômico sustentável.
De acordo com a FPA, o agronegócio e a construção civil são motores do crescimento e precisam de políticas que incentivem a inclusão financeira e a expansão do crédito, não o contrário. “Reverter o veto é uma questão de proteger os setores que sustentam a economia brasileira e garantir um ambiente favorável para investidores e produtores”, conclui o texto.