31/12/2024 às 09h15min - Atualizada em 31/12/2024 às 09h15min
Estabilidade na pecuária brasileira e China tenta criar barreira para reduzir preços
Fabiano Reis
Foto: Embrapa Há algumas semanas tenho dito que o mercado da pecuária bovina de corte está de férias e está mesmo. É pouco volume de negócios em qualquer categoria de animal e a baixa liquidez traz um cenário de estabilidade de preços que tem atingido o setor, mostrando um cenário positivo em 2025.
Outro fator que chama a atenção nos últimos dias foi a decisão do Ministério do Comércio da China em investigar as importações de carne bovina entre janeiro de 2019 e junho de 2024. A alegação no documento apresentado entre quinta e sexta-feira (no Brasil) é que as importações jogaram os valores domésticos para as mínimas históricas e “prejudicando” a produção local.
Começo o desenvolvimento do artigo comentando o “caso” do segundo paragrafo, no qual três cenários precisam ser observados: a produção pecuária chinesa é pífia (importar não prejudica nada); a China busca reduzir preço da tonelada de carne bovina importada desde novembro (como já descrito anteriormente em nossa coluna); trata-se de uma barreira comercial diferente, não pretende proteger a produção local “coisa nenhum” e, sim, pagar mais barato pela carne bovina.
Ainda na última sexta-feira o Ministério da Agricultura, a Abiec – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes e Abrafrigo – Associação Brasileira de Frigoríficos se manifestaram. Em resumo, as instituições falaram sobre a qualidade, segurança alimentar, competitividade e seriedade da produção, industrialização e exportação da carne bovina brasileira. Em conversar privadas com alguns representantes, afirmo que nenhum deles mostrou estar surpreendido com a tal “investigação”.
Em resumo, a pergunta que fica é se há motivos para se preocupar com a situação que envolve o maior comprador de carne bovina brasileira e, para eles, o maior fornecedor. Por enquanto, eu diria que não. Se há redução nos preços de todas as carnes ela não se deve apenas as importações feitas pelos chineses, mas também por conta de perda de poder de compra por parte da população do país asiático, com a diminuição do vigor econômico por lá.
Para encerrar, aqui no Brasil temos estabilidade de preços. No caso da arroba do boi gordo os preços atingem R$ 316,00 na base São Paulo no último dia de operação do ano, apesar de a liquidez ser baixa, o mercado traz boas perspectivas no futuro, na B3. Afinal, os valores praticados para as posições de janeiro, fevereiro, março, são mais altos que os valores atuais. Algo muito incomum e que demanda a atenção do pecuarista.
No mais, desejo a todos um 2025 de grandes realizações, bons negócios, resistência e trabalho.