30/12/2024 às 11h24min - Atualizada em 30/12/2024 às 11h24min

​Mercado Internacional de café alcança preços históricos em 2024

Valorização de até 129% no Brasil marca ano de grande desempenho para o setor

- Da Redação, com Cepea
Foto: Reprodução
O ano de 2024 foi marcante para o mercado de café, com recordes históricos nos preços tanto no Brasil quanto no mercado internacional. As cotações nas bolsas de Nova York para o café arábica e em Londres para o robusta atingiram níveis inéditos, impulsionadas por uma combinação de fatores que incluem preocupações com a safra brasileira de 2025 e a escassez de produção em outros países.
 
Segundo Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado, o café arábica registrou um aumento de quase 80% nas bolsas de Nova York, impulsionado pela quebra de safra no Brasil e no Vietnã devido à seca. Já o robusta, negociado em Londres, teve uma valorização superior a 100% durante o ano. A expectativa de uma safra brasileira menor para 2025 continuou a impulsionar as altas, apesar da já acentuada valorização.
 
Outro fator importante foi a alta no valor do dólar, que se valorizou 27% em relação ao real até o dia 26 de dezembro. Isso contribuiu para a valorização dos preços do café no Brasil, com a saca de café arábica de boa qualidade chegando a R$ 2.300 na reta final do ano, uma valorização de 129% em relação ao início de 2024. O conilon capixaba também teve um desempenho impressionante, com preços subindo 141%, superando R$ 1.800 a saca.
 
O ano de 2024 foi caracterizado por margens mais amplas para os vendedores e um fluxo de negócios cauteloso por parte dos produtores, que aproveitaram gradualmente a alta nos preços. No entanto, a safra de 2024 no Brasil não atendeu às expectativas.

A produção de arábica foi prejudicada por grãos menores e a de conilon também ficou abaixo do esperado. A Safras & Mercado estima que a safra brasileira de 2024/25 será de 66 milhões de sacas, um número praticamente igual ao do ano anterior, mas muito abaixo das previsões iniciais de 70 milhões de sacas.
 
O clima no Brasil, especialmente a seca histórica que atingiu o Sudeste, afetou negativamente a produção. A falta de chuvas prolongada e altas temperaturas até outubro impactaram a florada e reduziram o potencial da safra de 2025. As previsões para 2025/26 indicam uma produção ainda menor, com estimativas de 62,45 milhões de sacas, cerca de 5% a menos do que a safra de 2024/25.
 
No entanto, o mercado brasileiro se destacou também nas exportações. O Brasil deve fechar 2024 com um volume recorde de 46,399 milhões de sacas embarcadas, superando o recorde anterior de 2020.

Em termos de receita cambial, o Brasil também alcançou números históricos, com uma arrecadação de US$ 11,302 bilhões até novembro, um aumento de 22,3% em relação ao ano anterior.

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