O mercado internacional de café registrou em novembro de 2024 um dos meses mais marcantes de sua história, com recordes de preços no arábica e no robusta. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os contratos de arábica alcançaram os maiores níveis em 47 anos, superando US$ 3,20 por libra-peso. No Brasil, os preços ultrapassaram R$ 2.100,00 por saca, enquanto em Londres o robusta também atingiu máximas históricas.
A principal razão para a valorização foi a intensa preocupação com a safra brasileira de 2025. Longos períodos de seca e altas temperaturas prejudicaram regiões produtoras como o sul e o cerrado de Minas Gerais e a mogiana paulista, resultando em perdas severas nas floradas. Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado, destacou que a falta de umidade e o calor extremo comprometeram o “pegamento” das floradas, impactando diretamente as estimativas de produção.
No mercado físico brasileiro, o café arábica de qualidade superior ultrapassou R$ 2.200 por saca, enquanto o conilon capixaba chegou a R$ 1.750 por saca. Na Bolsa de NY, os preços do arábica para março/2025 subiram 31,6% em novembro, encerrando o mês em 323,05 centavos de dólar por libra-peso. Já o robusta em Londres teve alta acumulada de 27,4% no contrato de janeiro.
Além da questão climática no Brasil, a demora na chegada da safra vietnamita de robusta e a demanda elevada, impulsionada pelo inverno no hemisfério Norte, contribuíram para a alta nos preços. Apesar do otimismo com os valores, Barabach alerta que o produtor deve monitorar cuidadosamente as oportunidades de negociação, especialmente considerando o cenário incerto da próxima safra.