26/12/2024 às 10h21min - Atualizada em 26/12/2024 às 10h21min
Projeção aponta queda de 15% na produção de café arábica em 2025/26
Seca no Sudeste e podas afetam o potencial da safra brasileira
- Da Redação, com Safras & Mercado
Foto: Divulgação A produção brasileira de café arábica para a safra 2025/26 deve atingir 38,35 milhões de sacas, representando uma queda de 15% em relação ao ciclo anterior, segundo avaliação preliminar da Safras & Mercado. O recuo, apontado como o principal gargalo para a próxima safra, é atribuído à seca histórica que atingiu o Sudeste, especialmente Minas Gerais e São Paulo, além do aumento no uso de técnicas de poda, como o “esqueletamento”.
“A seca retirou energia das plantas, impedindo que a florada exuberante de outubro fosse sustentada”, explica Gil Barabach, consultor da Safras. A estimativa para o ciclo 2025/26 só supera os números da safra 2021/22, que também foi impactada por condições climáticas adversas, como seca e geadas.
Enquanto o arábica enfrenta desafios, a perspectiva para a produção de café canéfora (robusta/conilon) é otimista. A estimativa preliminar aponta para 24,10 milhões de sacas, podendo variar entre 22 e 25 milhões de sacas, segundo Barabach. “Embora o otimismo prevaleça, é necessário que o clima se mantenha favorável no início de 2025 para confirmar essa projeção positiva”, destaca o especialista.
No total, a safra brasileira de café para 2025/26 deve alcançar 62,45 milhões de sacas, uma queda de 5% em relação ao ciclo 2024/25.
No cenário mundial, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta um aumento de 4,1% na produção global de café para 2024/25, totalizando 174,855 milhões de sacas. O consumo global também crescerá, alcançando 168,071 milhões de sacas, mas ainda haverá um superávit de oferta estimado em 6,784 milhões de sacas.
Para o Brasil, o USDA revisou a projeção da safra 2024/25 para 66,4 milhões de sacas, mantendo o país como líder global na produção, seguido pelo Vietnã, cuja safra deve atingir 30,1 milhões de sacas.