O ano de 2024 foi de volatilidade no mercado pecuário

Recordes de abates e exportações destacam importância do hedge em um cenário desafiador

- Da Redação, com Canal Rural
30/12/2024 10h52 - Atualizado há 1 mês
O ano de 2024 foi de volatilidade no mercado pecuário
Imagem: reprodução

O ano de 2024 ficará marcado no mercado pecuário brasileiro pela volatilidade e pelo dinamismo, segundo Fernando Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado. Com agressivas oscilações nos preços do boi gordo ao longo do ano, a palavra de ordem para o setor foi adaptação.

 

“O primeiro semestre trouxe o clássico movimento de quedas, com preços mínimos no segundo trimestre, durante o auge da safra do boi gordo. Já o segundo semestre foi de recuperação explosiva, culminando em máximas históricas na arroba do boi gordo,” avaliou Iglesias.

 

Exportações

 

Dados oficiais indicam que o setor registrou um volume recorde de abates em 2024, com mais de 38,6 milhões de bovinos abatidos, um aumento de 13% em relação a 2023. Este crescimento foi impulsionado, em grande parte, pela maior participação de fêmeas no abate.

 

Apesar do aumento na oferta, a demanda internacional sustentou os preços no terceiro trimestre. Cerca de 40% da produção brasileira de carne foi destinada ao mercado externo, estabelecendo um novo recorde histórico de exportações.

 

Volatilidade no fim do ano

 

A volatilidade ficou ainda mais evidente no último trimestre de 2024. Após atingir picos de preços históricos em novembro, a arroba do boi gordo despencou, refletindo a redução da demanda doméstica e as dificuldades das indústrias em manter margens de lucro.

 

“O estrangulamento da demanda interna forçou as indústrias a testar patamares de preço cada vez mais baixos. Esse cenário reforça o quanto o mercado mudou e exige maior preparação por parte dos agentes,” pontuou o analista.

 

Para Iglesias, 2024 deixou claro que o mercado pecuário está mais dinâmico e desafiador do que nunca. Ele destaca a importância do hedge como ferramenta indispensável para proteger os participantes das oscilações intensas.

 

“O mercado pecuário brasileiro exige estratégias coerentes para lidar com um ambiente cada vez mais hostil. O hedge deixou de ser uma opção e se tornou vital para a sobrevivência do setor,” concluiu.

 

 


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