27/12/2024 às 10h59min - Atualizada em 27/12/2024 às 10h59min

​Produção de açúcar e etanol cresce no Norte e Nordeste apesar do clima adverso

Concentração elevada de ATR compensou a moagem reduzida

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: Divulgação
Mesmo diante de condições climáticas desfavoráveis, com ausência de chuvas regulares, a safra 2024/25 de cana-de-açúcar nas regiões Norte e Nordeste do Brasil alcançou resultados positivos. Segundo a Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), o processamento de cana atingiu 35,86 milhões de toneladas até o momento, um aumento de 2,2% em comparação ao mesmo período da safra anterior.
 
Apesar da previsão de moagem total menor que o esperado — cerca de 1 milhão de toneladas abaixo da estimativa inicial de 63 milhões — a concentração de Açúcar Total Recuperável (ATR) por tonelada de cana surpreendeu positivamente. A seca, que prejudicou a quantidade processada, resultou em maior qualidade do produto. No Nordeste, a sacarose extraída aumentou de 8 a 12 kg por tonelada, o que elevou a produção de açúcar e etanol.
 
Com isso, a safra será menor, mas a produção de produtos finais (como etanol e açúcar) será superior ao ciclo 2023/24. A irregularidade das chuvas também pode afetar de forma mais acentuada a safra 2025/26, com impacto na capacidade de moagem.
 
Etanol e açúcar
Dados da NovaBio mostram que a produção de etanol hidratado, utilizado para abastecer veículos flex, aumentou 27,9%, totalizando 933,5 milhões de litros, em comparação aos 729,7 milhões de litros produzidos na safra passada. No mesmo período, a produção de açúcar foi de 2,18 milhões de toneladas, superando em 18,2% os 1,84 milhão de toneladas alcançados no final de 2024. O Nordeste, que é um dos maiores polos produtores de açúcar, deverá continuar exportando cerca de 62% de sua produção, com o açúcar sendo escoado principalmente pelos portos de Maceió (Alagoas), Recife e Suape (Pernambuco), João Pessoa (Paraíba) e Natal (Rio Grande do Norte).
 
No entanto, a produção de etanol anidro, que é misturado à gasolina, registrou uma queda de 25,9%, somando 561,2 milhões de litros, em comparação aos 756,8 milhões de litros produzidos no ciclo 2023/24. Essa redução foi influenciada pela imprevisibilidade das políticas de precificação de combustíveis e pela falta de incentivos mais sólidos para o setor. De acordo com o presidente-executivo da NovaBio, Renato Cunha, essa queda é preocupante, principalmente porque o Brasil tem um grande potencial para liderar a transição energética global, com soluções sustentáveis no setor de transporte.
 
A produção total de etanol (anidro e hidratado) foi de 1,49 bilhão de litros, ligeiramente superior aos 1,48 bilhão de litros produzidos na safra 2023/24, o que representa um aumento de 0,5%. Além disso, o estoque físico de etanol hidratado teve um aumento expressivo de 51%, atingindo 261,8 milhões de litros, em comparação aos 173,3 milhões de litros da moagem passada. O estoque total de etanol, que inclui tanto o anidro quanto o hidratado, cresceu 2,2%, totalizando 458,6 milhões de litros contra os 448,7 milhões de litros da temporada anterior.
 
Produção estadual

Até 30 de novembro, a produção de cana nos estados das regiões Norte e Nordeste atingiu os seguintes patamares: Alagoas, 9,10 milhões de toneladas; Pernambuco, 7,58 milhões de toneladas; Bahia, 4,41 milhões de toneladas; Paraíba, 4,33 milhões de toneladas; Tocantins, 2,25 milhões de toneladas; Rio Grande do Norte e Maranhão, 2,14 milhões de toneladas cada; Pará, 1,24 milhões de toneladas; Piauí, 1,13 milhões de toneladas; Sergipe, 1,19 milhões de toneladas; e no Amazonas, 0,36 milhões de toneladas
 
No total, as regiões Norte e Nordeste processaram 35,87 milhões de toneladas de cana até o final de novembro de 2024.

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