O manejo agrícola está no centro das discussões sobre mudanças climáticas, especialmente em relação ao uso do solo e à emissão de gases do efeito estufa (GEE). Estudos recentes destacam que práticas inadequadas, como o uso excessivo de fertilizantes nitrogenados, contribuem para o aumento das emissões, enquanto abordagens inteligentes podem atuar na mitigação dos impactos ambientais.
Sylvie Brouder, diretora do Center for Global Food Security da Purdue University, destacou a importância da chamada climate-smart agriculture (agricultura inteligente em termos climáticos) em palestra promovida pela Fapesp. “O solo estocado com carbono é um aliado crucial. No entanto, o desequilíbrio de nutrientes pode reverter esse potencial, aumentando emissões de gases como o óxido nitroso, um dos mais potentes causadores do efeito estufa”, explicou Brouder.
Ciro Rosolem, professor da Unesp de Botucatu, ressaltou que no Brasil a prática já é conhecida como agricultura de baixo carbono, mas o termo foi renomeado internacionalmente para atrair maior atenção e financiamento à pesquisa agronômica. “Essa mudança de nomenclatura busca evidenciar o papel das ciências agrárias na mitigação e adaptação climática”, afirmou.
A agricultura não apenas depende do clima, mas também o afeta profundamente. Com base em estudos recentes, a comunidade científica tem reforçado a necessidade de políticas públicas voltadas para a gestão inteligente do solo, colocando a agricultura no centro das estratégias globais de sustentabilidade e segurança alimentar.