A citricultura paulista ganha um reforço de peso com o lançamento do Centro de Pesquisa Aplicada em Inovação e Sustentabilidade da Citricultura (CPA), que contará com R$ 200 milhões em investimentos nos próximos cinco anos, renováveis por mais cinco. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), e foi anunciada no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do governador Tarcísio de Freitas.
O centro terá como prioridade o combate ao greening, doença que afeta 44% dos pomares paulistas e ameaça a sustentabilidade da cadeia produtiva. “A Flórida perdeu a batalha contra o greening; São Paulo não perderá”, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai. Em 2024, a incidência da doença resultou em 90,7 milhões de árvores condenadas, causando perdas estimadas em quase US$ 1 bilhão nas últimas cinco safras.
Além da pesquisa focada no controle do greening, o CPA buscará formar grupos acadêmicos e aplicar avanços no manejo das doenças dos citros, como resistência genética e controle biológico. O diretor-executivo do Fundecitrus, Juliano Ayres, destacou que o CPA será um marco para a sustentabilidade fitossanitária da citricultura paulista, responsável por 45 mil empregos e referência mundial no setor.
A sede do CPA será na Esalq/USP, em Piracicaba, com pesquisadores de instituições como UFSCar, Unicamp, Embrapa e Unesp. “Essa parceria é histórica e transformará a citricultura do estado”, declarou Marcio de Castro Silva Filho, diretor científico da Fapesp, reforçando que o centro também investirá na transferência de tecnologia e capacitação de profissionais para consolidar o protagonismo paulista no mercado global de citros.