O mercado físico do boi gordo permaneceu em movimento de alta com negócios acima das referências médias nesta terça-feira (26), mas já apresenta sinais de desaceleração. De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, esse comportamento é reflexo de gargalos no consumo interno.
“Com o baixo poder de compra da população, é pouco provável que a valorização da arroba se mantenha de forma contínua”, avaliou o especialista.
Apesar das exportações alcançarem recordes e sustentarem os preços, o cenário interno enfrenta dificuldades no repasse de custos ao consumidor. No atacado, o preço do quarto dianteiro subiu R$ 0,50, alcançando R$ 20,50 por quilo, enquanto cortes como a ponta de agulha permanecem estáveis em R$ 19,50. Segundo Iglesias, alguns cortes já encontram resistência no repasse, o que pode levar a uma maior migração para proteínas mais acessíveis.
Dessa forma, o mercado fechou esta terça (26) com São Paulo registrando R$ 354,42, Goiás alcançando R$ 353,75, Minas Gerais marcando R$ 333,82, Mato Grosso do Sul com R$ 341,48 e Mato Grosso em R$ 331,01.
O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,08%, cotado a R$ 5,8080 para venda, após oscilar entre R$ 5,7825 e R$ 5,8280. A valorização da moeda americana pode impactar os custos de exportação e importação no setor agropecuário, influenciando diretamente os resultados do mercado.