04/11/2024 às 10h52min - Atualizada em 04/11/2024 às 10h52min
Outubro marca baixas nos preços do café com floradas e clima favorável no Brasil
A retomada das chuvas e a abertura de floreadas aumentam a otimismo em relação à safra 2025, mas pressões internacionais ainda afetam o mercado
- Da Redação, com Safras & Mercado
Foto: reprodução O mês de outubro registrou uma queda significativa nos preços do café no mercado internacional, com o arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) e o robusta na Bolsa de Londres apresentando recuos em seus valores. Essa tendência se deve principalmente às notícias de boas floradas no Brasil, que visam a safra de 2025, juntamente com um clima mais favorável, com chuvas regulares.
Após atingir patamares recordes nos preços em 13 anos, impulsionados por preocupações relacionadas à safra 2025 e ao clima adverso de 2024, o retorno das chuvas e as floradas resultaram em uma correção dos preços, levando o mercado a perder parte dos ganhos recentes. Embora o cenário esteja mais otimista em relação à produção de café em 2025, persiste a preocupação com uma possível quebra no potencial produtivo devido às condições climáticas desfavoráveis do ano passado.
Além disso, o final do ano traz a colheita do robusta do Vietnã e colheitas em países importantes para o arábica, como Colômbia e as nações centro-americanas. Apesar de algumas preocupações com perdas no Vietnã, a sazonalidade das colheitas pressiona os preços para baixo.
A valorização do dólar também contribuiu para a pressão nas cotações. Em outubro, o dólar comercial acumulou alta de 6,1%, o que torna as exportações brasileiras de café mais competitivas, mas diminui os preços nas bolsas. O Brasil registrou volumes recordes de exportação, reforçando a dinâmica de um mercado interno ainda demandado.
No acumulado de outubro, o preço do arábica para dezembro/2024 na Bolsa de Nova York caiu 9%, fechando a R$ 245,90 centavos por libra-peso, enquanto o robusta em Londres recuou 16,4%. No mercado físico brasileiro, o café arábica de qualidade superior no sul de Minas Gerais subiu de R$ 1.480,00 para R$ 1.530,00 a saca, uma alta de 3,4%, refletindo a valorização do dólar e uma oferta mais restrita.
Em contraste, o conilon enfrentou quedas menores do que as do robusta na Bolsa de Londres, mas ainda assim recuou 5,9% no Espírito Santo, passando de R$ 1.515,00 para R$ 1.425,00 a saca. Essa diferença indica que o suporte da alta do dólar está favorecendo o conilon, mesmo em um cenário de pressão geral nos preços.
Com o mês de novembro se aproximando, a atenção do mercado se volta para as condições climáticas no Brasil, as colheitas em outros países produtores e as incertezas que cercam o mercado financeiro global, especialmente com as eleições nos Estados Unidos e as flutuações nas taxas de juros que impactam as commodities.