​Eleições 2024: as cidades e o clima no centro do debate eleitoral deste ano

Preparação urbana e resiliência são cruciais para enfrentar os desafios climáticos e garantir uma economia local sustentável

Divulgação: Governo do Rio Grande do Sul

Vejo com crescente preocupação a maneira como as mudanças climáticas estão sendo abordadas nas eleições municipais de 2024. As mudanças climáticas não são uma questão distante; elas estão moldando o presente e ameaçam definir o nosso futuro. À medida que enfrentamos eventos extremos como calor intenso, estiagens prolongadas e chuvas devastadoras, é imperativo que discutamos como nossos municípios podem se tornar mais resilientes e preparados para essas mudanças.

Desde o início da campanha eleitoral, tem sido alarmante observar como as propostas relacionadas ao clima têm sido tratadas. Infelizmente, muitas vezes vemos propostas vazias e discursos desinformados, enquanto o verdadeiro foco deveria ser a criação de políticas públicas robustas e baseadas em evidências. O que precisamos é de um planejamento urbano que considere a infraestrutura necessária para enfrentar esses desafios e proteger nossa economia local.

Primeiramente, as cidades precisam investir em infraestrutura resiliente. Isso inclui sistemas de drenagem eficazes para lidar com inundações, construções sustentáveis e adaptáveis a condições climáticas extremas, e redes de abastecimento de água que garantam a segurança hídrica mesmo em períodos de seca. Também é essencial que os municípios promovam a cobertura vegetal urbana e o uso de tecnologias verdes para reduzir a temperatura local e melhorar a qualidade do ar.

A economia local também deve ser considerada em nossos planos de adaptação. A crise climática tem o potencial de causar grandes perdas econômicas, afetando tanto a agricultura quanto o comércio local. Portanto, é crucial implementar estratégias que minimizem esses impactos, como o suporte a práticas agrícolas sustentáveis e a diversificação econômica. Além disso, é necessário apoiar as pequenas empresas que estão na linha de frente dos impactos climáticos, oferecendo assistência para que possam se adaptar e prosperar.

As políticas públicas também devem estar focadas em reduzir as desigualdades. As comunidades mais vulneráveis são as que sofrem desproporcionalmente com as consequências das mudanças climáticas. É preciso garantir que todas as áreas da cidade, especialmente as mais afetadas, tenham acesso a infraestrutura adequada e apoio necessário para se recuperar dos desastres climáticos.

A campanha “Confirma Pelo Clima” do Greenpeace Brasil é um excelente exemplo de como podemos destacar a importância dessas questões no debate eleitoral. A conscientização sobre como a crise climática impacta todas as áreas da nossa vida é essencial para pressionar os candidatos a apresentar propostas reais e eficazes.

É nossa responsabilidade como eleitores exigir que as propostas dos candidatos estejam alinhadas com as necessidades e demandas de nossos territórios. A escolha de prefeitos e vereadores comprometidos com políticas climáticas robustas é importante para garantir que nossas cidades se tornem mais resilientes e preparadas para os desafios que virão. O futuro da nossa qualidade de vida, segurança econômica e justiça social depende das decisões que tomamos hoje. Portanto, vamos usar nosso voto para apoiar a transformação que nossas cidades realmente precisam.