Os recentes aumentos nos preços internacionais do milho e na cotação do dólar norte-americano impulsionaram os preços domésticos do cereal ao longo da última semana. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mesmo com a colheita em ritmo acelerado em comparação ao ano anterior, os produtores estão se retraindo na expectativa de valorizações ainda mais fortes e de que novas altas sejam repassadas ao mercado interno.
No campo, dados da Conab mostram que, até o dia 21 de julho, 79,6% da safra já foi colhida, um avanço semanal de 5,4 pontos percentuais (p.p.) e um aumento expressivo de 31 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior. A Conab também aponta que a produtividade das lavouras foi afetada pela seca em alguns estados, como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Essa retração dos produtores, aguardando melhores preços, está alinhada com a tendência de alta no mercado. “Os agentes esperam um maior giro nas gôndolas a partir de agosto, o que será crucial para sustentar as cotações diante da pressão externa”, comenta um analista do setor.