28/06/2024 às 09h22min - Atualizada em 28/06/2024 às 09h22min

Preço do leite sobe pelo sétimo mês consecutivo

Elevação de 9,8% em maio foi impulsionada por restrições na produção

- Da Redação, com Cepea
Foto: Reprodução
O preço do leite captado em maio alcançou uma alta de 9,8% em relação a abril, atingindo R$ 2,7114 por litro na "Média Brasil" do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Esse aumento marca o sétimo mês consecutivo de valorização, acumulando um avanço real de 30,4% desde o início do ano, descontando a inflação medida pelo IPCA de maio.

No entanto, mesmo com essa escalada, o preço médio de maio ainda ficou 4,82% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, em termos reais.
 
A alta é explicada principalmente pela redução na produção no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea registrou um leve aumento de 0,14% de abril para maio, porém acumula uma queda de 7,7% no ano até agora. Fatores como menores investimentos no final de 2023, avanço da entressafra no Sudeste e Centro-Oeste, e atraso da safra no Sul têm limitado a oferta de leite cru. A situação tem intensificado a competição entre laticínios e cooperativas pelo fornecimento de matéria-prima, sustentando a valorização do produto.
 
As enchentes no Rio Grande do Sul também tiveram um impacto negativo sobre a produção de lácteos na região, exacerbando as incertezas no mercado em maio. Além disso, um aumento pontual na demanda devido a doações no estado contribuiu para o cenário.
 
A valorização do leite no campo refletiu-se diretamente nas cotações dos derivados lácteos. De acordo com pesquisa do Cepea em parceria com a OCB, os preços médios de produtos como UHT, muçarela e leite em pó fracionado (400g) subiram respectivamente 5,1%, 5,9% e 4,5% em maio nas negociações entre indústrias e canais de distribuição paulistas. Contudo, o repasse integral da valorização da matéria-prima para os derivados foi limitado devido ao consumo que não se fortaleceu como esperado.
 
Os preços dos lácteos continuaram a subir até a segunda quinzena
de junho, mantendo a média mensal em alta em comparação com maio. Entretanto, nas últimas semanas do mês, as cotações retornaram aos níveis do início de maio devido ao enfraquecimento do consumo e à pressão exercida pelos canais de distribuição. Isso resultou em margens estreitas para os laticínios na venda dos produtos mais "comoditizados", o que pode limitar futuras altas nos preços pagos aos produtores.
 
Perspectivas apontam que o movimento de alta pode perder força a partir de julho, com o aumento da margem do produtor nos últimos meses favorecendo uma recuperação gradual na produção nacional de leite cru. Quanto às importações, continuam a ser um fator de incerteza para o mercado, com dados da Secex mostrando uma queda de 23,6% nas compras externas em maio, embora o volume importado ainda represente um desafio significativo para a estabilidade do mercado doméstico.

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