25/06/2024 às 10h05min - Atualizada em 25/06/2024 às 10h05min

Mercado do boi tem firmeza e cenários já mostram escassez de gado pronto em 2025

Fabiano Reis
Foto: Raquel Brunelli D Avila / Embrapa
O mercado boi gordo segue firme no Brasil no começo desta semana e sinaliza que o pior momento pode ter passado. Além disso, com volume reduzido de animais no pasto, há uma estratégia entre pecuarista de buscar limitar a oferta de gado pronto no Centro-Sul brasileiro, trazendo uma expectativa de maior impacto no começo do mês de julho. Também, ao mesmo passo, o volume de exportações de carne bovina segue elevado e deve registrar um mês de junho com recorde.
 
Há uma firmeza no mercado do boi gordo conquistada nas últimas semanas, o que trouxe  os valores em São Paulo para R$ 223 a arroba do “boi China”, R$ 217,00 boi comum, R$ 210,00 a novilha e vaca R$ 192,00. No Mato Grosso do Sul o boi China está em R$ 215,00, comum R$ 212,00, novilha R$ 201,00 e vaca R$ 193,00. No Mato Grosso as cotações do boi comum alcançam R$ 207,00 (média), novilhas R$ 193,00 e vaca gorda R$ 185,00. A escala média de atividade fabril recuou para 11 dias, que apesar de trazer conforto, limita pressão negativa de preços.
 
É evidente que não é o cenário melhor para o pecuarista, mas tendo em vista a pressão negativa já absorvida, somada ao período sazonal que obriga a um maior volume de boiadas colocadas à disposição do mercado, custos menores de produção e consumo doméstico de carne bovina mais limitado, a situação não é tão ruim. Dito isso, é relevante imaginar que o ritmo de abates e participação de fêmeas desde 2022 só tem acelerado e, por mais que exista recuo nas fêmeas, os números seguem extremamente elevados frente ao comparativo a anos anteriores.
 
Um cenário que tem se desenhado e ficado com “cores mais vivas” é a escassez de oferta de bezerros e gado magro entre 2025 e 2027. É claro que se trata da sinalização do final de um ciclo da pecuária e começo de outro. Entretanto, os dados de abates trimestral do IBGE e o acompanhamento dos abates SIF nos demais meses, mostram um cenário bem mais intenso de matança de fêmeas iniciado há dois anos ou um pouco mais. A novidade de 2024 são os recordes e trabalho fabril com fêmeas ainda maior. Em resumo, apesar de ser difícil cravar a alta que virá, o tamanho dela, todas as categorias animais e o produto final, carne bovina, deve ter elevações consistentes a partir de 2025, que já se desenha totalmente diferente do ano atual.
 
Para encerrar, estamos na última semana de exportações de carne bovina de junho e, até agora, a tendência é de novo recorde de embarques. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior o volume embarcado é de 146,2 mil toneladas até a última sexta-feira, bom ritmo de 9,7 mil toneladas ao dia, alta de 6,3% frente ao mesmo período do ano anterior. Se mantido o “ritmo” os embarques devem totalizar 194,7 mil toneladas. O preço média é que segue menor 11,6% do que em junho/23, registrando US$ 4.469 mil.

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