13/03/2024 às 09h39min - Atualizada em 13/03/2024 às 09h39min

Mais arrobas com irrigação de pastagens

João Menezes
Foto: Cleuza Brutti / Embrapa Pecuária Sul
As pastagens são plantas que respondem muito bem aos fatores de produção: água, luz, temperatura e nutrientes. Quando as condições são favoráveis, a produtividade é muito elevada e, portanto, em pastagens irrigadas se tem altas taxas de lotação com grande produção de carne por área.

Apesar de pouco exploradas, porém com vários projetos de sucesso, as áreas de pastagens irrigadas permitem o uso do potencial de acúmulo de massa das forrageiras tropicais. Em regiões onde o clima apresenta temperatura e luminosidade elevadas e apenas a disponibilidade de água e nutrientes limitam a produção forrageiras, as áreas sem limitação hídrica produzem muita forragem, de qualidade e por mais tempo (Figura 1).



A elevada produção de forragem em áreas irrigadas, porém não diminuem o problema na seca pois, a irrigação aumenta mais o acúmulo de massa nas águas quando a temperatura e luminosidade são mais favoráveis e menos no inverno quando essas boas condições climáticas são mais desfavoráveis. Inclusive o déficit inverno-verão aumenta. Isso ocorre porque como as condições climáticas de temperatura e luminosidade são melhores nas águas, não havendo limitação hídrica, aumenta mais ainda a produtividade de capim e a taxa de lotação nessa época do ano e aumentando o déficit de alimento no inverno. A tabela 1 mostra que em Piracicaba – SP, no verão as mesmas pastagens irrigadas suportam quase 4 UAs/ha a mais que no inverno. Em áreas não irrigadas essa diferença é bem menor e a necessidade de suplementação também.

As áreas de capim com irrigação para serem bem exploradas, têm que ter o manejo exemplar, pois a estrutura da planta muda rapidamente e erros na sua operacionalização e uso podem inviabilizar alguns piquetes ou toda a área. Se os ajustes não forem corretos, podendo haver perdas em alguns momentos com grande perda de forragem e em outras situações, o pastejo pode ser muito severo, dada a elevada taxa de animais na área e prejudicar a rebrota do pasto. As pastagens devem ser bem divididas, se possível com apenas um dia de ocupação para garantir uniformidade de pastejo.

A opção por capins mais produtivos, como os panicuns, é desejável, pois em condições favoráveis, proporcionarão maiores taxas de lotação e desempenho animal.  Como o plantio dessas forrageiras é feito por sementes, torna a implantação mais barata que por mudas.

Em sistemas de pastagens irrigadas onde se busca produtividades máximas por área, a fertilidade deve ser elevada. Mesmo que isso não seja feito totalmente na implantação, nenhum dos nutrientes necessários ao elevado acúmulo de massa de forragem podem faltar e portanto, calagem, gessagem, fosfatagem, potassagem, micronutrientes e, quando viável, também adubos orgânicos devem ser utilizados. O nitrogênio será aplicado imediatamente após a saída do gado, a cada pastejo e seguido de irrigação.

Os sistemas de irrigação a serem adotados podem ser os mais diversos, porém o mais popular é o por aspersão, pivô em áreas maiores e malha em pequenas propriedades, porém autopropelido e gotejamento também podem ser usados com sucesso. A escolha do sistema deve levar em conta custo, operacionalidade e eficiência de uso da água. Irrigação é diferente de molhamento e sistemas de controle para colocar a quantidade de água adequada às boas produtividades são fundamentais.

A irrigação ´´e uma das mais eficientes tecnologias para exploração de altas produtividades em pastagens.

 

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