Durante sua participação em missão oficial aos Estados Unidos, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, trouxe uma previsão preocupante para a safra de soja brasileira: um volume abaixo de 145 milhões de toneladas.
Essa projeção surge em contraste com os dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na semana anterior, que indicavam um volume de 149 milhões de toneladas, considerado "muito conservador" por Geller.
À medida que avança a colheita, cresce a tendência de uma quebra ainda maior na safra de soja do país, alertou o secretário.
Iniciando com uma projeção inicial de 162 milhões de toneladas, a redução para menos de 145 milhões evidencia os desafios enfrentados pela agricultura brasileira nesta temporada.
Durante o 100º Agricultural Outlook Forum, organizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Geller também discutiu as primeiras percepções da área dedicada à nova safra norte-americana e as projeções para as cotações das principais commodities agrícolas em 2024.
Embora os Estados Unidos planejem reduzir a área de milho, o que pode trazer algum alívio para as cotações brasileiras, Geller ressalta que isso não resolverá o problema dos preços em baixa.
Quanto à soja, embora deva ganhar mais área nos EUA em 2024, Geller adota uma postura cautelosa, aguardando definições sobre a safra e a quebra no Brasil. As projeções do USDA indicam que o Brasil continuará como líder mundial nas exportações de soja, enquanto a disputa pela liderança na exportação de milho dependerá do desempenho da safra brasileira, especialmente da segunda safra.
Apesar das incertezas, o Brasil manteve sua posição de destaque nas exportações de soja e milho em 2023, embarcando respectivamente 102 milhões e 56 milhões de toneladas desses produtos, reforçando sua relevância no mercado global de commodities agrícolas.