14/02/2024 às 09h26min - Atualizada em 14/02/2024 às 09h26min

Brasil tem o menor valor de arroba de boi entre os grandes produtores

Fabiano Reis
Foto: Reprodução
Não há movimentações para o mercado do boi gordo nesta semana, talvez, vejamos algo na quinta ou sexta-feira. Sinalizações dos dois lados, da indústria frigorífica e de pecuaristas, que o comportamento passa pela maior parte das plantas pelo país estarem “fora” do negócio desde a quinta-feira, dia 8 e escalas médias com elasticidade até os últimos dias de fevereiro. Além disso, a maior parte dos pecuaristas conta, no momento, com excelente estoque de pastagem, fator de maior competitividade e resistência contra propostas mais baixas de preços.
 
A movimentação do mercado já traz uma clara mensagem de elevação no consumo de carne bovina no Brasil desde o primeiro final de semana de fevereiro, fator que revela um espaço para algumas elevações no curto prazo. Fatores no desenvolvimento econômico no Brasil também ajudam em uma melhor sustentação, “no País que tem arroba de boi mais barata do mundo entre os grandes produtores”, mas os elementos domésticos estão ligados a maior ocupação, ligeira melhora na renda e redução do endividamento da população.
 
Volto a trazer a máxima que sempre escrevo em nossa coluna “De Olho no Mercado”, o Brasil é um dos principais mercados consumidores do mundo e é o maior para carne bovina produzida no próprio Brasil. Daqui a pouco, falo mais disso, pois antes preciso comentar aquela frase da arroba de boi “mais barata” do mundo. Os dados mostram a seguinte situação: a arroba no Brasil vale US$ 46,50; nos Estados Unidos US$ 91,37; Irlanda US$ 83,02; Austrália US$ 54,50. Quem está lendo pode pensar, esses países têm realidades e custos de produção muito distantes da do Brasil, eu diria Austrália nem tanto e apresento outros produtores mais próximos: Paraguai tem arroba do boi em US$ 51,30; Uruguai US$ 50,80.
 
De fato, o Brasil conta com maior escala de produção e com isso sistemas que possibilitam reduzir o custo em toda cadeia produtiva, mesmo com uma logística, visivelmente, pouco robusta. Entretanto, se considerarmos o valor interno da arroba e poder de compra da população com ligeiras melhoras, é possível enxergamos possibilidade de algum aumento “real” no valor da arroba.
 
Esta melhora real ou conceitual nos preços, passa por um consumidor brasileiro que deve começar a ficar mais dispostos a pagar um pouco mais ou introduzir carne bovina em um maior número de refeições. Relato o fator, por entender que nos últimos quatro ou cinco anos houve uma redução relevante no consumo de carne bovina por conta dos preços elevados do produto no mercado interno e baixo poder de compra. Os fatores proporcionaram aumento na participação de outras carnes, frango e suína, este último apesar de ser apenas a terceira em consumo é a que mais cresce internamente. Lembro que em termos de consumo de proteínas há ainda os ovos de galinha…
 
Com isso, as exportações são fundamentais para o suporte a um cenário de ganho real na arroba. Em janeiro, os preços da tonelada embarcada seguiram em queda, com média de US$ 4.523, recuo de 6,61%, receita total de US$ 821.784,8 milhões, alta de 5,93%, proporcionada pelo grande volume embarcado de 181,69 mil toneladas, elevação de 13,4%, de acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior.

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