A produção de soja deve atingir 156,1 milhões de toneladas, número inferior ao projetado no final de dezembro de 2023, quando a estimativa era de 160,3 milhões de toneladas, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE). Essa diminuição é atribuída a uma perda de produtividade, com 3.455 kg/ha na safra atual contra 3.575 kg/ha na anterior, mesmo com o aumento da área plantada.
Entretanto, a estimativa para o processamento da soja em grão permaneceu inalterada em 54,5 milhões de toneladas, devido às expectativas de demanda por farelo e óleo de soja, impulsionadas pela mistura obrigatória de biodiesel.
As projeções para os coprodutos da soja, como farelo e óleo, também se mantêm estáveis, assim como as exportações do complexo soja, que devem gerar US$ 56,6 bilhões em divisas neste ano.
Em relação aos dados de 2023, a produção de soja em grão fechou em 158,7 milhões de toneladas, com processamento de 53,7 milhões de toneladas. Os volumes de exportação foram significativos, destacando-se 101,9 milhões de toneladas de soja em grão, 22,6 milhões de toneladas de farelo de soja e 2,3 milhões de toneladas de óleo de soja, gerando uma receita estimada de US$ 67,3 bilhões.
Cotações mantêm-se estáveis à espera de relatório do USDA
Os produtores de soja no mercado brasileiro estão mantendo um baixo volume de negócios, preferindo a modalidade "a fixar", onde os preços são acertados posteriormente. Este cenário é observado mesmo com algumas praças registrando elevação nos preços, enquanto nos portos, os preços permanecem desfavoráveis.
Com a entrada da safra no Brasil, há uma tendência de pressão sobre as cotações e os prêmios, apesar das altas do dólar e dos preços em Chicago.
As cotações da soja disponível variaram em diferentes regiões: Passo Fundo (RS): de R$ 120 para R$ 117; região das Missões: de R$ 119,50 para R$ 116,50; Porto de Rio Grande: de R$ 123 para R$ 122; Cascavel (PR): de R$ 109 para R$ 111; Porto de Paranaguá (PR): de R$ 118 para R$ 120; Rondonópolis (MT): manteve-se em R$ 103; Dourados (MS): manteve-se em R$ 101; e Rio Verde (GO): manteve-se em R$ 101.
No mercado internacional, os contratos futuros da soja na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam com preços mais altos devido à volatilidade do mercado e fatores técnicos. No entanto, o quadro fundamental continua pressionado pela grande safra sul-americana e fraca demanda nos Estados Unidos, especialmente à espera do relatório de fevereiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na próxima quinta-feira (8).