25/01/2024 às 10h06min - Atualizada em 25/01/2024 às 10h06min

​Mudanças climáticas: Desafios urgentes e compromissos adiados

Fred Almeida
Foto: Reprodução
As mudanças climáticas, fenômeno inegável e cada vez mais impactante, têm raízes profundas na história do desenvolvimento industrial. À medida que o capitalismo consolidou sua presença global, as consequências ambientais tornaram-se evidentes, afetando diretamente as condições médias de temperatura e ambiente no planeta.

Até meados do século XIX, a temperatura média da Terra permanecia em 14ºC. No entanto, com a ascensão do modo capitalista de produção, as atividades intensivas em emissões de gases de efeito estufa tornaram-se predominantes, levando a uma elevação para os atuais 15,2ºC. O aumento de 1,2ºC desde 1950 já demonstra impactos significativos, evidenciados em eventos climáticos extremos.

As chuvas intensas, oscilações térmicas e o aumento do nível dos oceanos já são observáveis, afetando populações globalmente, especialmente as classes subalternizadas. Exemplos como as chuvas excessivas no Litoral Norte de São Paulo e a estiagem severa no Sul do Brasil ressaltam a urgência de abordar as mudanças climáticas.

Comprometendo-se com o Acordo de Paris em 2015, o Brasil enfrenta desafios na redução das emissões, aumentando-as em 10% desde então, principalmente devido ao desmatamento e queimadas. O não cumprimento desses compromissos pode resultar em sanções econômicas e impactos socioambientais globais.

Se as emissões não forem reduzidas em 45% até 2030 e em 100% até 2050, enfrentaremos um aumento médio de temperatura para 16ºC, com tendência de desaceleração. No entanto, o cenário de indiferença pode levar a um aumento de 4ºC até 2100, resultando em consequências desastrosas.

O desaparecimento de países insulares e cidades costeiras, causado pelo derretimento das geleiras, será acompanhado por novos microclimas e eventos extremos. O impacto na fauna, flora e na segurança alimentar global será devastador, potencializando o surgimento de pandemias e crises migratórias.

A resposta inadequada às mudanças climáticas acentua as disparidades sociais, afetando inicialmente as classes marginalizadas. Populações de grandes periferias, trabalhadores precarizados, agricultores familiares e povos indígenas estão entre os mais vulneráveis.

É crucial que os Estados Nacionais e as grandes corporações, principais emissores, financiem projetos sustentáveis para reverter o aquecimento global. Além disso, a necessidade de uma nova governança global, capaz de fiscalizar e punir grandes poluidores, torna-se imperativa para enfrentar os desafios climáticos emergentes.

Diante do iminente impacto nas condições de vida globais, a conscientização e ações efetivas tornam-se não apenas responsabilidades éticas, mas imperativos urgentes para garantir um futuro sustentável para as gerações vindouras.

Com informações de Brasil de Fato

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