​Israel é o primeiro país a exportar carne cultivada; BRF deve distribuir no Brasil

Aleph Farms obtém aprovação regulatória em Israel para comercializar carne bovina cultivada

Foto: Divulgação / Aleph Farms

Israel se tornou o primeiro país do mundo a autorizar a venda e exportação de carne bovina cultivada. A Aleph Farms, uma startup israelense, recebeu a aprovação do Ministério da Saúde para comercializar seus produtos, solidificando a posição do país ao lado dos Estados Unidos e Singapura como os únicos a permitirem a venda de carne cultivada em seus territórios.

A aprovação concedida à Aleph Farms não apenas permite a produção e comercialização de seus produtos em solo israelense, mas também define diretrizes específicas para rotulagem e publicidade, garantindo um processo regulatório abrangente. O The Good Food Institute (GFI) foi instrumental na introdução da tecnologia de carne cultivada aos reguladores israelenses, com a Aleph Farms fundada por um ex-cientista sênior do GFI, Dr. Tom Ben Arye Cohen.

A carne bovina cultivada é produzida em laboratório, utilizando células de animais para desenvolver a proteína fora do contexto animal. O primeiro produto a ser lançado pela Aleph Farms, chamado "Petit Steak", é um bife cultivado a partir de células de Angus premium, com uma matriz de proteína vegetal feita de soja e trigo. A produção é realizada em ambiente asséptico, minimizando riscos de contaminação e eliminando a necessidade de antibióticos.

No Brasil, a BRF (BRFS3) firmou parceria para a distribuição do produto, marcando um avanço significativo no setor de proteínas alternativas. Gustavo Guadagnini, presidente do The Good Food Institute Brasil, destaca que a carne cultivada está prestes a chegar ao país.

Israel desempenha um papel crucial na carne bovina cultivada, abrigando três das oito principais empresas do setor e recebendo 15% dos investimentos globais. O país, em sua batalha contra a insegurança alimentar, apoia as proteínas alternativas como solução eficaz. A Aleph Farms já busca autorização para venda em outros países, como Singapura, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos, indicando um potencial global para a expansão dessa inovação sustentável.