29/12/2023 às 09h58min - Atualizada em 29/12/2023 às 09h58min

​Em 2023, milho reequilibra mercado e supera impactos da pandemia

Analista aponta recuperação do mercado global de commodities, marcando a normalização do fluxo e a reacomodação dos preços

- Da Redação, com Safras & Mercado
Foto: Reprodução
O ano de 2023 foi caracterizado pela superação dos problemas causados pela pandemia de COVID-19 no mercado de commodities agrícolas, particularmente no setor do milho. De acordo com Paulo Molinari, analista da SAFRAS & Mercado, embora ainda mantendo patamares acima dos níveis históricos, houve espaço para reacomodação após os excessos de preços observados em 2022.

Molinari destaca que a regularização da distribuição internacional, apesar da persistência do conflito na Ucrânia, contribuiu para a retomada do fluxo de mercadorias, resultando na reestabilização do abastecimento global de insumos e grãos. A redução das perdas na safra de milho na Argentina e nos Estados Unidos também foi relevante para a normalização dos preços internacionais.

O primeiro semestre do ano viu uma pressão inicial nos preços do milho, com a Bolsa de Chicago atingindo valores acima de US$ 6,00 por bushel e o mercado interno brasileiro entre R$ 85,00 a R$ 90,00 por saca. No entanto, a safra recorde de soja no Brasil provocou um movimento de vendas por parte dos produtores para liberar espaço na logística, pressionando as cotações do milho.

O analista menciona que a entrada da safra recorde e as pressões de vendas resultaram em uma queda de quase 50% nos preços internos brasileiros em relação a 2022. A segunda metade do ano foi marcada pela estratégia brasileira de focar na exportação para escoar os excedentes, aproveitando a lacuna deixada pela Argentina devido à quebra na safra.

Apesar dos desafios climáticos, os Estados Unidos apresentaram uma safra muito positiva, com os preços nos portos brasileiros e na Bolsa de Chicago sofrendo uma reacomodação para valores em torno de US$ 4,50 por bushel. O Brasil deve encerrar o ano com exportações expressivas de cerca de 53,945 milhões de toneladas, principalmente para a China, mesmo diante da perspectiva de uma safra recorde no país asiático.

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