Em uma decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a quarta redução consecutiva na taxa básica de juros da economia brasileira. A taxa Selic foi cortada em 0,5 ponto percentual, estabelecendo-se agora em 11,75% ao ano. Essa decisão já era amplamente aguardada pelos analistas financeiros.
O comunicado divulgado pelo Copom ressaltou que, nas próximas reuniões, continuarão a ser promovidos cortes de 0,5 ponto percentual na taxa Selic. No entanto, não foi especificado até quando essa redução persistirá. O Banco Central indicou que a continuidade dos cortes estará sujeita ao comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic em 12 ocasiões consecutivas, em um ciclo de aperto monetário motivado pelo aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Desde então, a taxa se manteve estável em 13,75% ao ano por sete reuniões seguidas, até alcançar o patamar atual.
A redução progressiva da Selic visa estimular a economia ao baratear o crédito, incentivando produção e consumo. No entanto, esse movimento também tem implicações no controle da inflação. O Banco Central elevou sua projeção de crescimento econômico para 2,9% em 2023, enquanto o mercado estima um crescimento similar, especialmente após o crescimento de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, surpreendendo as expectativas de queda.
A Selic é um instrumento chave para o controle da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em novembro, o IPCA foi registrado em 0,28%, acumulando 4,68% nos últimos 12 meses. Embora as previsões oficiais do Banco Central indicassem uma inflação de 5% no encerramento de 2023, as estimativas do mercado estão mais otimistas, apontando para um fechamento do ano em 4,51%.
A redução da taxa básica de juros, apesar de estimular a economia, levanta preocupações quanto ao controle da inflação. O Copom precisa ter confiança na estabilidade dos preços antes de realizar novos cortes na Selic, garantindo um equilíbrio entre o estímulo econômico e o controle inflacionário.