13/12/2023 às 09h43min - Atualizada em 13/12/2023 às 09h43min

Mais arrobas com BRS Tamani

João Menezes
Foto: Reprodução
Os panicuns (Megathyrsus) são plantas forrageiras de elevada produtividade, excelente valor nutricional e muito aceitas por bovinos e equinos. A sua alta exigência em fertilidade do solo e manejo torna essas plantas excelentes opções para pastagens intensivas rotacionadas e adubadas. O BRS Tamani além de possuir essas características, tem menor porte e menor proporção de hastes, tornando-o também uma boa opção para equinos.

Segundo a Embrapa, O BRS Tamani é o primeiro híbrido de Panicum maximum, resultado de um cruzamento realizado na Embrapa Gado de Corte em 1992. Ele apresenta porte baixo, com alta produção de folhas de alto valor nutritivo (elevados teores de proteína bruta e digestibilidade), produtividade e vigor (Figura 1).


Figura 1 – Comparação de algumas características de cultivares de Panicum (Fonte: o autor).

É resistente às cigarrinhas das pastagens e é uma planta de fácil manejo. Sua alta qualidade e adaptação fazem com que seja indicado para engorda de gado bovino, principalmente no bioma cerrado, mas também se destaca em outros biomas com a Amazônia e Mata Atlântica.
 
No entanto, o BRS Tamani não é indicado para áreas sujeitas a alagamentos, mesmo que temporários, pois apresenta baixa tolerância ao encharcamento do solo. Em condições de baixas temperaturas, apresenta maior persistência que as cultivares Massai e Tanzânia e semelhante ao cultivar Mombaça.
 
Este híbrido atende à demanda por uma cultivar de porte baixo, fácil de gerenciar e resistente a cigarrinhas, como a cultivar Massai, mas com maior valor nutritivo. O capim BRS Tamani é uma boa opção para a alimentação de cavalos. No entanto, é importante notar que, assim como os bovinos, os cavalos também têm necessidades específicas de nutrição, portanto, além de um capim adequado, a boa suplementação mineral também merece atenção.
 
O manejo do capim BRS Tamani envolve algumas práticas específicas como preferencialmente pastejo rotacionado, com altura de entrada máxima de 45 a 50 cm e resíduo mínimo de 20-25 cm.
 
Sua semeadura deve ser feita com 3 a 4 kg/ha de sementes puras e viáveis, a profundidade de semeadura deve ser de 1 a 2 cm, dependendo do tipo de solo, em terras de média a alta fertilidade, com prévia análise de solo e correções necessárias e o plantio realizado na estação chuvosa.
 
O capim BRS Tamani apresenta algumas características interessantes quando cultivado em sistemas de integração lavoura-pecuária por ser produtivo durante a estação seca, na entressafra de verão, além de apresentar certa sensibilidade ao herbicida glifosato. Com seu porte baixo fica fácil realizar o manejo com animais e o plantio direto de culturas anuais, quando em esquema de rotação.
 
O BRS Tamani rebrota rapidamente após o pastejo, mesmo durante a estação seca, o que pode estar relacionado a morfologia da planta, que emite entrenós curtos e baixa proporção de colmos em relação à folhas, ficando as gemas apicais protegidas dos animais na base da touceira, portanto, o capim BRS Tamani é menos afetado pelo estresse causado pelo pastejo, quando comparado a outras cultivares de P. maximum e, principalmente, em relação às espécies de Brachiaria que têm muitas gemas removidas durante o pastejo. Essa tolerância fica mais evidente quando associada a outras fontes de estresse, como secas e geadas.
 
O capim BRS Tamani é uma forrageira de boa qualidade e de fácil manejo, tanto do ponto de vista para uso de pastejo com animais, como em rotação ou em consórcio com culturas anuais.


 
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