À medida que o calendário avança para o final de novembro, as atenções globais se voltam para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde está prestes a acontecer a 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, a COP 28. Este evento, que se estenderá até 12 de dezembro, surge como um momento crucial para abordar os desafios climáticos que se intensificam a cada ano.
Os Emirados Árabes Unidos, como anfitriões desta edição, se encontram em um cenário particularmente desafiador. Apesar de estarem oficialmente alinhados com a transição energética, críticas surgem devido à liderança de Sultan Al Jaber, CEO da Abu Dhabi National Oil Company. A questão central é se é possível conduzir discussões sobre transição energética enquanto ainda se depende significativamente dos combustíveis fósseis.
Após a COP 27, realizada no Egito no ano passado, onde metas de adaptação global foram delineadas até 2030, há uma sensação de urgência e expectativa renovada. Muitos dos compromissos proclamados durante a COP anterior precisam ser transformados em ações concretas na COP 28. A comunidade internacional anseia por avanços substanciais em resposta às crescentes crises climáticas.
O epicentro das discussões na COP 28 será, sem dúvida, o Acordo de Paris. Como as nações estão postergando na implementação das ações acordadas para conter o aumento da temperatura global a 1,5°C até 2050? Questões sobre as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), transparência e revisões periódicas estarão em destaque, pois o mundo busca não apenas promessas, mas resultados tangíveis.
O Brasil, peça fundamental nas discussões climáticas devido à Amazônia, enfrenta desafios significativos. Enquanto lidera iniciativas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, a nação se vê diante da necessidade de equilibrar suas responsabilidades ambientais com metas econômicas. A restauração da Amazônia emergirá como uma pauta crucial, exigindo ação imediata.
Em um contexto mais amplo, a questão econômica se torna um motor essencial para a cooperação global. Com os países mais pobres enfrentando impactos desproporcionais das mudanças climáticas, a COP 28 precisa abordar não apenas metas climáticas, mas também questões financeiras urgentes. A colaboração entre nações, empresas e sociedade será crucial para enfrentar a crise climática de maneira abrangente.
Enquanto nos aproximamos da COP 28, especialistas, como o professor José Eli da Veiga, antecipam um cenário desafiador. Crítico da falta de consenso no G20, ele destaca a complexidade geopolítica que pode prejudicar as negociações. Em um mundo que se torna cada vez mais consciente do impacto humano no planeta, a COP 28 se apresenta como uma oportunidade vital para traçar um caminho sustentável para o futuro.
Foto: Divulgação Site / Agência Gov
