09/11/2023 às 11h47min - Atualizada em 09/11/2023 às 11h47min

Adaptando a agricultura brasileira às mudanças climáticas: Estratégias para minimizar perdas

Fred Almeida
Foto: unsplash
A agricultura é uma atividade essencial para a economia brasileira e está intrinsecamente ligada aos fatores climáticos. As mudanças climáticas representam uma ameaça significativa para a produção agrícola, afetando-a de diversas maneiras. Esses impactos podem ser provocados pelo aumento na frequência de eventos climáticos extremos, como secas e chuvas intensas, alterações nos padrões de temperatura e precipitação, bem como pela proliferação de pragas e doenças que prejudicam as culturas.

A preocupação com as mudanças climáticas não é apenas local, mas global, e é respaldada pelos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Esses relatórios demonstram que o clima do planeta está passando por transformações significativas, e a principal causa disso é o aumento na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. O dióxido de carbono (CO2), um desses gases, teve sua concentração aumentada de 315 ppm em 1960 para mais de 412 ppm atualmente, com uma taxa de aumento acelerada.

No Brasil, a Embrapa tem liderado esforços de pesquisa para compreender e enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas na agricultura. Diversos estudos foram conduzidos para analisar os potenciais impactos das mudanças climáticas nas diferentes regiões do país e como as culturas podem se adaptar às novas condições ambientais.

Ao longo dos anos, as mudanças climáticas já começaram a impactar a produção de alimentos no Brasil. No entanto, esses impactos podem ser tanto positivos quanto negativos. Anderson Santi, pesquisador em mudanças climáticas da Embrapa Trigo, destaca que alguns sistemas, como o plantio direto, têm se mostrado eficazes na adaptação às mudanças climáticas. Esse sistema não apenas ajuda a preservar o solo, mas também absorve carbono, contribuindo para a redução dos gases de efeito estufa, como o CO2.

Para enfrentar o desafio das mudanças climáticas na agricultura brasileira e evitar perdas significativas, é essencial adotar práticas sustentáveis, investir em pesquisa e inovação, e promover ações que reduzam as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, é fundamental que governos, agricultores e a sociedade em geral estejam cientes da importância de se adaptar a um cenário climático em constante transformação, a fim de garantir a segurança alimentar e a prosperidade econômica do Brasil.

Conforme as recomendações técnicas, manter a cobertura vegetal com palhada no sistema durante o ano todo é uma prática agrícola que traz diversos benefícios ao meio ambiente e à produtividade. Ao fazer isso, os agricultores podem ajudar na retirada de dióxido de carbono (CO²) da atmosfera e sua colocação indireta no solo. Essa cobertura orgânica, composta por plantas vivas e restos culturais, desempenha várias funções essenciais:

A cobertura vegetal ajuda a proteger o solo contra o impacto direto da chuva e do vento, reduzindo a erosão. Isso é fundamental para manter a qualidade do solo a longo prazo. A cobertura do solo ajuda a regular a temperatura, mantendo-a mais baixa. Isso pode ser benéfico para as plantas, pois temperaturas mais baixas podem favorecer o crescimento e reduzir o estresse térmico.

A cobertura vegetal também ajuda a reduzir a evaporação da água do solo, permitindo que permaneça úmido por mais tempo. Isso é crucial para garantir um suprimento constante de água para as plantas. Ela também mantém uma diversidade de plantas e restos culturais no solo contribui para a reciclagem de nutrientes. Isso significa que os nutrientes presentes no solo são reutilizados pelas plantas, reduzindo a necessidade de adubos químicos.

Além disso, adotar a prática de rotação de culturas e diversificação de culturas ao longo do ano, em vez de depender de uma única cultura, é uma estratégia viável e eficaz para mitigar os impactos relacionados aos extremos climáticos. Isso pode tornar o sistema agrícola mais resiliente às mudanças climáticas e ajudar a preservar os recursos naturais. Manter a cobertura vegetal com palhada no sistema durante o ano todo é uma abordagem sustentável que beneficia tanto os agricultores quanto o meio ambiente.

(Com informações da Embrapa)

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