Mais arrobas com uso de produtos que diminuem a desidratação

Durante o transporte, a intensidade de estresse é variável, dependendo da forma com que os animais são manejados, das condições em que são transportados, da duração da viagem, das condições das estradas e do clima, dentre outros. Quando os animais chegam na propriedade depois de muitas horas de viagem e estresse é interessante o descanso dos animais e sua reidratação. Já há no mercado produtos que proporcionam uma hidratação mais rápida e melhor recuperação dos animais.
 
Tem se avaliado o grau de bem-estar em bovinos em manejo para embarque em caminhão de transporte e diferentes tempos de viagem. O transporte por longas distâncias prejudica o bem-estar, causando desidratação e estresse físico. Ainda se evidenciam alterações no cortisol, demonstrando tanto o estresse por manejo e viagem. Dessa forma, diversas alterações fisiológicas podem ser observadas, mostrando que transporte rodoviário e seus procedimentos de embarque e desembarque são responsáveis pela saída do estado de homeostase, o que compromete o bem-estar dos indivíduos.
 
Muitas das práticas de manejo às quais o gado é submetido durante a comercialização e transporte são potentes estressores. Estes incluem a ausência de alimentação, mistura de animais desconhecidos e brigas e montagens causadas pela mistura de animais. Um período de 1 a 4 horas de transporte para o gado eleva os níveis de corticosteroides no plasma mais do que outros estressores incluindo castração, descorna ou 48 horas de retirada de água.
 
Há produtos com combinação de ácidos tamponantes, bactérias produtoras de ácido láctico, enzimas e eletrólitos designados para a produção de bovinos que melhoram a hidratação pós transporte. É uma solução eficaz para a acidificação quando adicionada à água potável ou rações completas, o que promove a saúde intestinal, especialmente quando o consumo é baixo ou variável.
 
Esses produtos são como isotônicos do gado. Em ocasiões de estresse, como manejo, desmame, recepção ou transporte, é comum acontecer casos de desidratação e perda de peso, o que impacta na saúde e consequentemente, no desempenho animal. O produto pode ser misturado na água, tendo fonte de energia de alta disponibilidade com compostos eletrolíticos que auxiliam na reidratação do animal, estimulando o consumo de matéria seca e, consequentemente, o desempenho.
 
O manuseio e estresse imposto aos bovinos durante manejo e transporte altera o equilíbrio ácido-base e a fisiologia eletrolítica dos animais. Essas mudanças resultam em uma carne com qualidade inferior e menor peso de carcaça. O fornecimento de soluções eletrolíticas ou de glicose para consumo pós transporte ou antes do abate modifica estes efeitos e contribui para uma situação mais estável e uma melhor desempenho, qualidade da carne e rendimento de carcaça (Figura 1).


Figura 1 - Efeito do uso do fornecimento de água, solução com eletrólitos ou glicose a bovinos pré-abate (Schaefer et al, 1990).

Há efeitos positivos de tratamentos com produtos contendo eletrólitos e glicose sobre estresse no transporte rodoviário e desempenho no abate e esses efeitos incluem: redução da perda de peso vivo, melhor rendimento de carcaça e melhoria da qualidade da carne.