O cenário climático no Brasil está sob a influência do fenômeno El Niño, que se estendeu desde o último ano e deve perdurar até janeiro de 2024. Conforme a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o país experimentará maior probabilidade de chuva abaixo da média, afetando principalmente as regiões do Leste, Centro e faixa Norte. Os estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e Bahia são os mais suscetíveis a essa condição.
O El Niño, comumente associado a alterações climáticas globais, tem impactos significativos na distribuição de chuvas. Na região Norte, esse fenômeno tende a diminuir as precipitações, o que engloba uma parte do Nordeste. Em contrapartida, aumenta as chuvas na região Sul, especialmente devido às frentes frias frequentes na Primavera.
A meteorologista Andrea Ramos, do Inmet, destaca os dois principais efeitos do El Niño no Brasil. O primeiro consiste em reduzir as chuvas no norte do país, afetando as regiões Norte e parte do Nordeste. O segundo é o aumento da quantidade de chuva na região Sul. Isso afeta diretamente a agricultura, já que as variações climáticas têm um papel crucial na produção de alimentos.
Para entender a relação entre o El Niño e a agricultura, é necessário analisar como ele influencia a disponibilidade de água no Centro-Sul do Brasil. Em anos de El Niño, a região normalmente vivencia um aumento na oferta de água, o que pode beneficiar algumas culturas. No entanto, o excesso de chuva no Sul pode aumentar a umidade e a severidade de doenças nas plantas, demandando um monitoramento mais cuidadoso das culturas.
A compreensão dos efeitos do El Niño nas condições climáticas é fundamental, principalmente devido à sensibilidade da agricultura às mudanças climáticas. O Inmet já alerta para possíveis "perdas significativas de produtividade" nas áreas do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), devido à redução nos níveis de água no solo. A irregularidade das chuvas no Brasil Central também pode complicar a gestão agrícola e afetar a produtividade.
Além das alterações na distribuição de chuva, o país enfrenta temperaturas elevadas. Regiões como o Centro-Oeste e o sul da Região Norte devem registrar temperaturas superiores a 40°C, o que traz desafios adicionais, como o manejo dos cultivos sob condições de calor extremo.
Por outro lado, na Região Sul, uma frente fria se aproxima, trazendo consigo uma queda acentuada nas temperaturas. Em estados como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, esse declínio será notável. Essa oscilação entre extremos climáticos exige a adoção de medidas adaptativas para garantir a sustentabilidade da agricultura.
Para a população em geral, o panorama climático representa a necessidade de lidar com as condições de calor ou se preparar para um clima mais ameno, dependendo da região. No que diz respeito à agricultura, agricultores e produtores precisam estar atentos às mudanças climáticas e adaptar suas práticas para mitigar os impactos do El Niño. Dessa forma, podem garantir a produção de alimentos essenciais em um ambiente de crescentes incertezas climáticas.