25/10/2023 às 09h59min - Atualizada em 25/10/2023 às 09h59min

Mais Arrobas com o uso de probióticos

João Menezes
Os probióticos são feitos por cepas utilizadas em bovinos, são culturas puras e oriundas de bactérias do rúmen, que são liofilizadas para que permaneçam vivas em estado latente, quando ingeridas pelo animal elas retornam ao seu habitat natural, que é o rúmen, saindo do seu estado de latência e voltando ao seu metabolismo original. Eles são compostos por diversas bactérias, como Bacillus cereus, Enterococcus faecium, Lactobacillus acidophilus, Ruminobacter amylophilum, Ruminobacter succinogenes e Succinovibrio dextrinosolvens e leveduras como Saccharomyces cerevisiae.
 
As pesquisas com probióticos para bovinos são antigas, porém com as restrições do uso de antibióticos por alguns mercados, tem havido mais pesquisa com o uso deles e maior uso desses produtos para ruminantes.
 
O uso de probióticos na bovinocultura foi primeiramente descrito em 1924. Ao longo dos anos, eles se mostraram um importante aliado na criação de bovinos por atuar na manutenção do pH na cavidade ruminal, reduzindo a incidência de acidose no rebanho, além de promover a proliferação de bactérias que auxiliam o processo digestivo.
 
A ação de probióticos na produção animal e seus efeitos observados no rúmen estão ligadas ao aumento do número de bactérias no rúmen e consequente aumento nas atividades dessas bactérias com maior síntese de proteínas e de vitaminas, diminuição dos níveis de amônia ruminal, aumento da digestão ruminal da celulose com aumento da disponibilidade de nutrientes para processo de produção, melhor eficiência na utilização de alimentos volumosos, estimulo para maior ingestão, alteração das atividades metabólicas no rúmen, maior estabilidade do processo digestivo ruminal, maior produção e melhor composição dos produtos de origem animal e gordura e maior ganho de peso dos animais.
 
Os resultados do uso de ionóforos são mais comuns e consistentes, mas tem trabalho mostrando que mesmo com a ação mais rápida da monensina nos 60 primeiros dias (Figura 1) e consequente ganho de peso superior comparado ao probiótico nesse período, após esse tempo houve uma interação entre os grupos e o tratamento probiótico passou a ter um ganho de peso maior até o final dos 120 dias de confinamento e no acumulado do experimento.



Figura 1 - Ganho de peso (kg/dia) em função do período experimental (dias) de acordo com os aditivos (Becker, 2020).

Em estudos realizados com o uso de probióticos em bezerros, foi possível observar que 70% dos experimentos reduziram a incidência de casos de diarreia com diferenças significativas. O uso de probióticos proporciona melhora na produção de ruminantes em cerca de 7 a 8%, esse resultado se assemelha com os resultados de estudos usando aditivos ionóforos.

O uso de probióticos resulta em casos de melhora do ganho de peso dos animais e também se pode observar que são economicamente viáveis. Entretanto, para se tomar a decisão de utilizar ou não este aditivo é necessário que leve em consideração o custo do produto para fornecimento, maneira de fornecimento e valor da arroba do seu animal, para que se tenha uma boa relação benefício: custo em sua utilização.

 
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