24/10/2023 às 11h38min - Atualizada em 24/10/2023 às 11h38min

Preços firmes para arroba do boi gordo

Fabiano Reis
Foto: Divulgação
Mesmo com uma esticada na escala de abate das indústrias frigoríficas brasileiras, como foi previsto nos três últimos artigos no Canal do Pecuarista, com o começo da entrada de animais do segundo giro de confinamento, a arroba do boi gordo manteve o cenário de expectativa média e apresenta estabilidade na maior parte das praças brasileiras.
 
São Paulo, praça de referência, recebeu maior carga de negócios de compra, com as plantas industriais buscando reforçar um pouco mais suas escalas, com a média geral no Estado próxima a 17 dias, mostra pela lógica dos negócios, que devemos ver nesta semana e talvez na próxima, os compradores testando o mercado com ofertas abaixo do preço de referência, ao mesmo tempo que vão buscar melhorar as escalas em outros estados importantes na produção.
 
Há força para pressionar o valor da arroba?
 
Foi a pergunta de um de nossos leitores. Vou reafirmar o que já havia escrito, estamos, claramente, na entressafra de bois. Os compradores vão aplicar estratégias para negociar com melhores margens, algo muito natural, mas não há força para pressão. A oferta de animais confinados este ano é mais “leve”, mas não significa que vamos ver disparadas preços e valores parecidos com de anos anteriores.
 
E qual é a referência?
 
O valor médio em São Paulo é de R$ 239,89 por arroba, com boi comum em R$ 236,00 e propostas acima de R$ 240 para o boi China. Mato Grosso do Sul tem 10,5 dias de escala de abate garantidas, com preço médio praticado no Estado de R$ 228,00. Em Mato Grosso há 12 dias trabalho fabril contratados pelas plantas frigoríficas com valor médio da arroba em R$ 212,00. Goiás chama atenção por ainda não ter tido a entrada, de forma mais evidente de animais confinados, a escala industrial está baixa, inferior a cinco dias úteis com média de negócio em R$ 230,00 por arroba.
 
Nesta segunda-feira, 23/10, a Secretaria de Comércio Exterior, Secex, divulgou os dados parciais de exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, para 14 dias úteis de outubro. Os embarques alcançaram 133,5 mil toneladas exportadas no período. Ano passado, haviam sido exportadas 188,4 mil toneladas em 19 dias úteis.
 
A média diária de embarques na terceira semana de outubro/23 reduziu o ritmo da segunda, ficando com volume de 9,5 mil toneladas exportadas por dia, contra 9,9 mil toneladas de média em outubro/22.
 
Os preços médios da tonelada embarcada segue, fortemente, abaixo dos números alcançados em outubro de 2022. A média das três primeiras semanas está US$ 4.591 mil por tonelada, queda de 21,50%, quando comparado ao ano passado, no mesmo mês, US$ 5.846 mil por tonelada.
 
Os últimos dias do mês costumam ter redução no consumo interno no país, com a população com menos recursos disponíveis. Por outro lado, o varejo tem atuado com algumas liquidações o ajuda o consumo doméstico. Para a semana, devemos ver preços firmes para arroba do boi gordo, em um ano de fechamento de ciclo pecuário, com confinamentos leves, em período de entressafra.
 

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