19/10/2023 às 11h35min - Atualizada em 19/10/2023 às 11h35min

Amazônica: a degradação generalizada da floresta representaria uma catástrofe global

Fred Almeida
Foto: Freepik
A Floresta Amazônica, há muito tempo, tem sido o centro de debates e preocupações em todo o mundo devido à sua influência no equilíbrio ambiental global. Recentemente, um artigo científico publicado na revista Science trouxe à tona um alarmante chamado de atenção: a degradação generalizada da Amazônia representaria uma catástrofe global irreversível do ponto de vista climático. Os autores deste estudo, composto por 19 pesquisadores de seis países, incluindo três da USP, lançam uma mensagem incisiva e sem rodeios sobre os perigos que enfrentamos.

Para aqueles que ainda questionam a importância da Floresta Amazônica, este estudo oferece uma análise crítica. Além dos impactos diretos sobre a própria floresta e região amazônica, o colapso do bioma poderia desencadear mudanças climáticas drásticas em todo o mundo, com repercussões catastróficas para a humanidade. Estas incluem insegurança hídrica e alimentar, migrações em massa e instabilidade política.

O estudo, que analisou uma ampla gama de literatura científica, revelou que a Amazônia está à beira de um colapso em seu sistema hidrológico, o que poderia resultar na transformação de suas vastas florestas tropicais em uma paisagem mais seca, semelhante a uma savana degradada. Mesmo nas áreas não desmatadas, essa degradação resultaria em emissões massivas de dióxido de carbono, agravando ainda mais as mudanças climáticas globais.

Os cientistas alertam que as mudanças na Amazônia estão ocorrendo a uma velocidade alarmante, muito mais rápida do que qualquer fenômeno natural do passado, o que impede que suas espécies e ecossistemas se adaptem às mudanças. Atividades humanas modernas, como desmatamento, queimadas, erosão do solo, represamento de rios e mudanças climáticas globais, estão minando o equilíbrio ecológico do bioma.

Cerca de metade da chuva na Amazônia é gerada por sua própria vegetação, através da evapotranspiração das plantas. Portanto, à medida que o desmatamento avança, a floresta fica cada vez mais seca, criando um ciclo vicioso que leva à transformação irreversível em paisagens degradadas semelhantes a savanas.

O estudo também enfatiza que a degradação florestal é tão prejudicial quanto o desmatamento, impactando severamente a biodiversidade e emitindo quantidades significativas de carbono. Com 38% das florestas remanescentes da Amazônia já degradadas, as ameaças são preocupantes.

No entanto, há esperança. As medidas necessárias para evitar os cenários catastróficos são conhecidas, mas exigem ação imediata. O Brasil, que já reduziu o desmatamento com sucesso no passado, pode fazer isso novamente. No entanto, é crucial que ações locais e internacionais sejam implementadas, pois a Amazônia não pode ser protegida isoladamente. As emissões globais de carbono também devem ser urgentemente reduzidas para combater o aquecimento global, que afeta diretamente a Amazônia.

É vital que todos nós reconheçamos a urgência dessa situação e exijamos ação de nossos líderes. Não podemos mais ignorar os sinais de alerta da Floresta Amazônica; é nossa responsabilidade proteger este tesouro global e garantir um futuro sustentável para todos.

Com informações de Herton Escobar (Jornal da USP) e Instituto Humanitas

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