Os cafeicultores brasileiros enfrentam uma onda de insatisfação devido às cotações desfavoráveis do café, o que tem impactado negativamente tanto o mercado interno quanto as exportações. Segundo colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) nesta quarta-feira (18), esta crise tem levado muitos produtores a segurarem suas safras, vendendo apenas o suficiente para cumprir compromissos de curto prazo, enquanto a temporada atual apresenta um volume de café travado de forma antecipada abaixo do normal, resultando em uma surpreendente redução nas exportações em setembro de 2023.
De acordo com os dados recentemente divulgados pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), as exportações do café brasileiro sofreram uma queda acentuada de 10,9% em setembro, em relação ao mês anterior. Essa redução abrangeu tanto os cafés arábica quanto os robusta, indicando que a crise não se limita a um segmento específico da indústria.
Os cafeicultores, que estão no centro da dessa crise, alegam que os altos custos de produção e a desvalorização das cotações do café têm tornado cada vez mais difícil a manutenção de suas atividades no setor. Em vez de se submeterem às cotações atuais que mal cobrem seus custos de produção, muitos produtores optaram por adiar a venda de suas safras, à espera de preços mais favoráveis.
Além disso, a temporada atual desafiou as expectativas, uma vez que a menor quantidade de café travada de forma antecipada não resultou no aumento usual das exportações nessa época do ano. Isso levanta preocupações sobre como os cafeicultores enfrentarão os desafios contínuos impostos pelo mercado instável.
Algodão Os preços do algodão em pluma no mercado interno experimentaram um ligeiro recuo nos últimos dias, conforme indicam os dados Cepea. Enquanto isso, as negociações continuam ocorrendo de maneira pontual, voltadas principalmente para atender a necessidades imediatas e a reposição de estoques.
Entretanto, a liquidez no mercado spot permanece restrita devido a divergências entre os participantes em relação ao preço e à qualidade dos lotes disponíveis. Essa falta de consenso tem gerado um cenário de incerteza nas negociações de algodão.
Alguns produtores de algodão têm mantido uma postura mais rígida em suas ofertas de venda, principalmente quando se trata de pluma de qualidade superior. No entanto, outros têm adotado uma abordagem mais flexível. Do lado dos compradores, há certo interesse em novas aquisições, mas principalmente em volumes menores, uma vez que muitos deles já possuem estoques substanciais e estão recebendo entregas de contratos a termo.