Enquanto os preços de comercialização da batata de mesa caíram no período de 2022 para 2023, a rentabilidade da maioria dos produtores se manteve surpreendentemente estável. Na 17ª edição do "Especial Batata", a equipe da revista Hortifruti Brasil, uma publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, revela que esse cenário positivo em 2023 só foi possível graças à redução significativa dos custos de produção.
Os levantamentos realizados pela equipe do Cepea para o ano de 2023 indicam uma notável queda nos preços dos principais insumos que compõem a planilha de custos de produção da batata. De acordo com os pesquisadores do Cepea, essa redução representa um alívio para os produtores, considerando a expressiva alta nos gastos verificada nos anos de 2021 e 2022.
De forma surpreendente, o fertilizante, que desempenhou o papel de "vilão" nos últimos dois anos, assume um novo papel em 2023, o de "mocinho". Esse insumo essencial tornou-se mais acessível em todos os cinco modelos típicos de produção estudados nesta edição.
Quanto à queda nos preços pagos ao bataticultor, esse movimento esteve intimamente relacionado à maior oferta do tubérculo. No primeiro semestre, durante a colheita das safras de águas e secas, a área cultivada aumentou, especialmente na Chapada Diamantina, Bahia. A região baiana, notadamente, registrou produtividade bem acima das demais praças, contribuindo para o cenário positivo que sustentou a rentabilidade do setor em 2023.