As necessidades de vitaminas do gado de corte podem ser confinadas em grande parte a A, D e E. Isso ocorre porque as bactérias no rúmen de bovinos são consideradas como tendo a capacidade de sintetizar vitamina K e vitaminas B em quantidades suficientes para atender às necessidades do animal.
A vitamina A necessita de atenção especial nas rações para bovinos de corte. Esta vitamina é encontrada apenas em animais. As plantas, entretanto, são a fonte natural da atividade da vitamina A para os animais. As plantas verdes e amarelas contêm caroteno, um pigmento que os animais convertem em vitamina A. A parede do intestino delgado é o principal local de conversão do caroteno em vitamina A.
Um papel importante da Vitamina A é a manutenção do tecido epitelial (pele e revestimento do trato respiratório, digestivo e reprodutivo) em condições saudáveis. Ela também é necessária para a visão, em especial quando um animal se adapta do claro ao escuro. A vitamina A é essencial para o bom funcionamento dos rins e o desenvolvimento normal dos ossos, dentes e tecido nervoso.
Acredita-se que clima quente, doenças, parasitas e outros estresses interferem na capacidade do animal de converter caroteno em vitamina A e diminuem a eficiência com que a vitamina A pode ser usada para atender às necessidades. Além disso, esses e outros fatores podem aumentar as necessidades de vitamina A do animal. A inflamação e os danos da parede intestinal por diarreia ou parasitas interferem, sem dúvida, na absorção de caroteno e vitamina A e na conversão de caroteno em vitamina A.
A suplementação com vitamina A ou seus precursores podem melhorar o desempenho reprodutivo de vacas. Em vacas de leite os trabalhos são mais comuns e mostram resultados positivos e começam a aparecer trabalhos com vacas de corte demonstrando a importância da suplementação vitamínica.
Em experimento com lotes de vacas com parição da época “cedo” e na época “tarde” não foram observados efeitos de tratamento com vitaminas nas taxas de prenhez, após a 1º IATF, 2º IATF e monta natural por touro nas vacas do “cedo”. Entretanto, na época “tarde” observou-se efeitos significativos para o pacote vitamínico após 1º IATF (68,6% vs. 58,8%), 2º IATF (53,1% vs. 35,7%) e prenhez total (91,2% vs. 84,3%). A suplementação com vitaminas A, D, E, biotina e da provitamina betacaroteno tendeu em aumentar as taxas de prenhez e, assim, o desempenho reprodutivo de fêmeas multíparas e primíparas criadas em sistemas de pastejo que iniciam a estação de monta na época “tarde” (Figura 1).
Figura 1 – Taxa de prenhez em função da suplementação (Vasconcelos, 2019).
A pastagem de boa qualidade fornece quase todos os nutrientes para boa produção de bovinos, porém a suplementação com minerais completos e aditivados melhoram a resposta animal e a eficiência reprodutiva, portanto a adequação do manejo das pastagens, da suplementação e do gado permitem maior eficiência reprodutiva.
Várias tecnologias estão disponíveis e com boa orientação, escolha de produtos testados e recomendados pelos órgãos de pesquisa pode-se melhorar a eficiência de produção e os resultados econômicos da atividade.
As vitaminas estão sendo cada vez mais estudadas e podem ser utilizadas como suplementos para melhoria do desempenho de animais de corte.