05/10/2023 às 10h06min - Atualizada em 05/10/2023 às 10h06min

A Humanidade Abriu as Portas do Inferno: O Alerta Urgente do Secretário-Geral da ONU

Fred Almeida
Foto: Divulgação Karwai Tang/ Governo Britânico
António Guterres, secretário-geral da ONU, levantou uma bandeira de alarme em sua recente reunião sobre o clima realizada na sede das Nações Unidas, em Nova York. Com palavras fortes e uma comparação impressionante, ele declarou que "a humanidade abriu as portas ao inferno". O contexto que justifica esse alerta é mais do que convincente: o verão boreal mais quente já registrado, incêndios devastadores na América do Norte e tempestades poderosas no Mediterrâneo são apenas alguns dos eventos que já podemos atribuir às mudanças climáticas.

O secretário-geral destacou os impactos terríveis dessas mudanças climáticas em andamento, incluindo a perda de colheitas de agricultores devido a inundações, doenças relacionadas ao aumento das temperaturas e incêndios históricos. Estamos enfrentando uma "ebulição global", com um planeta cerca de 1,2ºC mais quente do que na era pré-industrial. Mesmo com promessas de redução de emissões de gases de efeito estufa, a soma desses esforços não é suficiente e pode levar a um aquecimento de 2,8ºC neste século, criando um mundo perigoso e instável.

Guterres não se limitou a criticar governos por sua falta de ambição, mas também direcionou suas críticas às grandes empresas que, com promessas vazias, tentam bloquear a transição para um mundo livre de emissões. Algumas dessas empresas usaram dinheiro e influência para atrasar, distrair e enganar. O secretário-geral convocou esta reunião como um esforço para aumentar a ambição global e envolver líderes internacionais na luta contra as mudanças climáticas.

Para sairmos dessa situação crítica, é crucial desligar a economia mundial dos combustíveis fósseis. Guterres apelou aos países mais emissores para reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa, destacando a necessidade de eliminar o uso de carvão até 2030 nos países membros da OCDE e até 2040 no restante do mundo. Além disso, é fundamental eliminar os subsídios públicos aos combustíveis fósseis, que continuam a ser enormes em todo o mundo.

Outro passo crucial é estabelecer metas ambiciosas para a adoção de energias renováveis. As principais economias mundiais concordaram em triplicar a implantação de energias renováveis até 2030, mas é necessário um esforço ainda maior para atingir o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius.

Guterres enfatizou também a importância da justiça climática, reconhecendo que muitos países pobres estão sofrendo mais com uma crise climática pela qual não são responsáveis. A ajuda financeira prometida a esses países precisa ser cumprida, e é essencial que todos os países estejam cobertos por sistemas de alerta precoce até 2027.

Enquanto a reunião de Nova York não resultou em compromissos significativos para reduzir as emissões globais, ela serve como um impulso importante para a COP28, que ocorrerá em dezembro no Dubai. Lá, será feita a primeira avaliação oficial do Acordo de Paris de 2015, e o mundo terá a oportunidade de corrigir o curso e reverter a trajetória que nos leva em direção a um "mundo perigoso e instável". O apelo do secretário-geral é claro: a humanidade tem a capacidade de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius, mas isso exigirá ação imediata e decisiva de todos os setores da sociedade global. É uma chamada para salvar nosso planeta e, por extensão, nós mesmos.

Com informações do portal do Instituto Humanitas

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