03/10/2023 às 13h01min - Atualizada em 03/10/2023 às 13h01min

Arroba do boi gordo segue em valorização e escalas são baixas

Fabiano Reis
Foto: Divulgação
Os modelos de negócios se mostram melhores para o pecuarista brasileiro e a arroba segue subindo nas praças brasileiras. O movimento é resultado do enxugamento da disposição de boiadas para industrialização, resultado direto de uma oferta menor de animais prontos para abate. Os embarques brasileiros em setembro tiveram elevação frente ao mês de agosto, mas queda quando comparado ao mesmo período do ano passado, enquanto o consumo doméstico segue buscando firmeza.
 
As escalas de trabalho na indústria estão menores e alguns estados têm volume inferior a cinco dias. No Mato Grosso a escala média chega a 5,5 dias e isso faz com que tenha propostas acima da referência, com registros em R$ 205 por arroba e negócios “conversados” em R$ 210, a depender da região do Estado. A praça de referência conta com valores em R$ 240 por arroba (Boi China), média de R$ 226 para o boi comum e nove dias garantidos de trabalho fabril. Em Mato Grosso do Sul o preço médio do boi gordo chega a R$ 229,00 por arroba, com sete dias garantidos de trabalho industrial.
 
A redução na oferta é o principal ponto para o ordenamento atual, que mostra um cenário bem mais ajustado para a formação de preço final para arroba do boi. O mercado doméstico tem apresentado valorização no mercado atacadista de São Paulo e preços mais acessíveis ao consumidor final brasileiro.
 
Por outro lado, as exportações mostram uma sinalização importante há vários meses. O preço da tonelada de carne bovina embarcada tem perdido preço e isso tem aberto um restabelecimento da precificação na cadeia produtiva da carne bovina. Um cenário que, mesmo com a melhoria nos valores pagos pela arroba do produtor rural, é sentida pelo pecuarista que ainda vê uma produção com custo maior que a remuneração.
 
De acordo com a Secex – Secretaria de Comércio Exterior, as exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada registraram 195 mil toneladas embarcadas em setembro/23, uma queda de 3,86% frente ao mesmo período do ano anterior, (202,9 mil toneladas) em 21 dias úteis. Contudo, houve um avanço de 5,27%, frente ao mês de agosto de 2023. Os números, relacionados ao volume são, também, uma largada na expectativa de ter um outubro/23 com embarques intensos, uma vez que a China vai precisar repor os seus estoques de carne bovina.
 
O grande “problema” e que tem justificado o reposicionamento citado dois parágrafos antes está no preço médio da tonelada exportada. Setembro de 2023 teve uma média de US$ 4.536 mil por tonelada, recuo de 24,4% quando comparado ao mesmo mês em 2022, a média foi de US$ 6.000 mil por tonelada.
 
A expectativa e seguirmos neste movimento de valorização da arroba do boi gordo. Entretanto, os preços finais são e serão modestos frente ao que já foi atingido em anos anteriores. Neste aspecto, o pecuarista precisa controlar os seus custos, investir em pastagens e animais de melhor conversão alimentar em peso.

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