Os preços do boi gordo têm sido destaque neste mês, apresentando uma forte recuperação no mercado. Essa valorização é resultado da baixa oferta de animais disponíveis para abate, e o Indicador CEPEA/B3, referente ao mercado paulista, já ultrapassou a marca dos R$ 220 por arroba. No entanto, apesar desse cenário favorável à primeira vista, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) fazem um alerta importante - a valorização da arroba não tem sido suficiente para melhorar o poder de compra dos pecuaristas terminadores.
Essa situação desafiadora se deve, em grande parte, às quedas mais acentuadas nos preços da arroba bovina quando comparadas às variações registradas para o animal de reposição ao longo de 2023. De acordo com os dados do Cepea, nesta parcial de setembro, até o dia 26, os pecuaristas estão enfrentando a necessidade de adquirir 9,58 arrobas de boi gordo paulista para a compra de um bezerro sul-mato-grossense (da raça nelore, com idade de 8 a 12 meses). Essa cifra representa um aumento significativo em comparação com setembro do ano anterior, quando eram necessárias apenas 8,36 arrobas para a mesma troca.
Este momento atual se configura como o mais desafiador para os pecuaristas terminadores desde outubro de 2021, quando foi preciso um total de 10,27 arrobas para realizar a mesma operação. Portanto, apesar do aparente aquecimento nos preços do boi gordo, a situação continua complicada para os produtores, que enfrentam um mercado onde a relação entre oferta e demanda se mantém delicada, afetando diretamente o poder de compra e as estratégias de negociação no setor pecuário.
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