É consenso na comunidade científica a necessidade de suplementação das vitaminas lipossolúveis A, D e E. Os níveis ótimos para assegurar bons índices de produtividade na atividade pecuária comercial atual, ainda são foco de discussão.
Sistemas de produção intensivos têm demandado uma crescente ênfase na importância de se suprir adequadamente vitaminas, de modo a atingir o requerimento dos animais. O requerimento de vitaminas para animais em confinamento pode ser mais elevado, já que os altos níveis de produtividade observados nesse sistema (ganho de peso, conversão alimentar, rendimento de carcaça) elevam os requerimentos metabólicos. As operações de confinamento devem também permitir formulações mais precisas e oferecem aos animais dietas que atendem de maneira adequada suas exigências nutricionais.
Entre as vitaminas, a D tem como função primária aumentar a absorção intestinal, a mobilização, a retenção e a deposição óssea do cálcio. Dietas com elevados teores de concentrado e animais em locais protegidos da radiação solar podem aumentar a necessidade de suplementação com vitamina D.
O uso de vitamina D para fins zootécnicos em animais, além de beneficiar o desenvolvimento do animal, aumenta a sua resistência a doenças e o seu desempenho produtivo. A sua deficiência está relacionada à diminuição no crescimento, consumo, aumenta o risco de hipocalcemia, a diminuição na deposição de cálcio nos ossos em crescimento (raquitismo) e em animais adultos quando há perda de Ca em ossos já formados (osteomalácia).
A suplementação de vitamina D3 para bovinos de corte, cujo sistema de produção pode ser em áreas totalmente cobertas, é importante pelo fato de que esses animais não têm acesso à exposição da radiação ultravioleta (UV). A eficiência desta suplementação depende do nível de exposição dos animais aos raios ultravioletas.
Pesquisas revelam que a suplementação com vitamina D3 em bovinos, tem resultados satisfatórios com relação à maciez da carne e papel importante na mobilização do cálcio, sendo uma alternativa para a produção de carne de melhor qualidade. Além disso, a utilização de seus metabólitos, 25-hidroxicolecalciferol e 1,25-dihidroxicolecalciferol vem mostrando resultados satisfatórios em animais de produção, relacionados a parâmetros de desempenho, hipocalcemia em vacas de leite, características de carcaça, entre outros.
A suplementação de 1 mg de 25-hidroxicolecalciferol na dieta de bovinos confinados mostrou resultados no rendimento de carcaça, cálcio sanguíneo, cálcio muscular e pH da carne (Figura 1), mas essa observação precisa de mais trabalhos validando esses resultados.
Figura 1 – Rendimento de carcaça de bovinos recebendo ou não suplementação de vitamina D (25-hidroxicolecalciferol) em confinamento (Martins, 2020).
Animais tratados com doses mais elevadas de vitamina D3 podem apresentar perda de peso no final do tratamento, possivelmente decorrente do efeito cumulativo vitamina D3 sobre a ingestão de alimentos, reduzindo a mesma.
A ausência de vitamina D pode prejudicar o desempenho de bovinos, porém a suplementação de bovinos confinados com vitamina D apesar de benéfica, precisa ser melhor estudada.