29/08/2023 às 10h07min - Atualizada em 29/08/2023 às 10h07min

Mercado sinaliza estoque de carne bovina mais alto em SP e USDA prevê compra de volume menor pela China 2024

(Foto:divulgação)
Temos os impactos da sangria no mercado do boi gordo. Em São Paulo, de acordo com os operadores, há um excedente de carne bovina o que traz uma depreciação forte na arroba do boi gordo, com a indústria testando valores abaixo do valor de referência. A escala de abate reduziu, mas é muito longa e oferece essas condições de pressão no elo da produção rural em plena entressafra. Ocorre que a tal “pressão” está em toda a cadeia, e nosso principal importador sinaliza problemas econômicos de ordem interna.
 
Como é tradicional, começo o desenvolvimento do texto na ordem inversa do parágrafo anterior. A questão se chama China. O país asiático foi motivo de ágio no valor da arroba do boi gordo, reestruturação no sistema produtivo para embarcar carne bovina dentro dos parâmetros solicitados, entre outros. Tudo isso ocorreu durante a peste suína africana e enquanto os chineses buscavam reestruturar sua produção de suínos. Neste tempo, as importações de carnes dispararam para bovina e suína, principalmente, sendo a primeira um produto de valor agregado bem mais alto e que encontrou público que ansiava pelos cortes. Sabemos que isso mudou, pelo menos em relação a oferta interna de carne suína na China (recuperação da produção) e, principalmente, a deflação e problemas na economia do país.
 
Na última semana o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos trouxe, em relatório, suas primeiras percepções para a demanda por carnes em 2024 pela China e os dados não são bons. Contudo, é necessário observar e se planejar para este período. O USDA prevê uma redução de 5% na importação chinesa de carne bovina trazendo o próximo ano para 3,32 milhões de toneladas. De acordo com o órgão norte-americano, a demanda interna permanecerá em 11 milhões de toneladas, mas a produção local deve subir 3%.
 
Outro elemento que considero importante neste relatório do USDA é que os importadores chineses vão reduzir seus estoques de carne bovina, não trabalhar com armazenamento como vinham até o primeiro semestre de 2023. Enfim, os chineses vão tentar comprar “da mão para a boca” aproveitar preços mais baixos na América do Sul é aquele tal “ágio” na tonelada e na arroba do “Boi China” praticamente some. Meio que já é a realidade de hoje.
 
Outro fator ligado aos chineses, fica por conta da solicitação dos asiáticos para redução na lista de plantas frigoríficas prontas para serem habilitadas. O Ministério da Agricultura apresentou 62 plantas prontas e 15 na “lista de espera”. A China já havia pedido a redução em maio e reafirmaram no último dia 24 de agosto.
 
Para encerrar, pouca coisa muda para o pecuarista. O mercado segue bem frouxo com o estado de São Paulo registrando 25 dias de escala com boi comum negociado a R$ 202 por arroba e o “Boi China” R$ 210. Entretanto, as propostas abaixo da referência seguem elevadas.
 
 
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