28/08/2023 às 09h41min - Atualizada em 28/08/2023 às 09h41min
Preço da carne suína apresenta queda com perda de competitividade
Menor procura e correlação de preços afetam cotações do suíno vivo e da carne
- Da Redação, com CarneTec
(Foto:Divulgação) Após duas semanas consecutivas de alta, os preços do suíno vivo e da carne registraram queda em quase todas as regiões nos últimos dias, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) na última quinta-feira (24). Além da menor procura pela carne, uma característica deste período do mês, a baixa também é influenciada pela perda de competitividade da proteína suína em relação à carne bovina, informou o Centro em nota.
No final de agosto, a carcaça suína especial acumulava uma queda de 2,25%, sendo comercializada a R$ 9,11 o quilo. Um fator que impede maiores altas nos preços da carne suína é a correlação de preços com as demais carnes, de acordo com a análise do consultor de mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Iuri Pinheiro Machado. "Cabe lembrar que quanto mais alta a relação percentual boi-suíno e quanto mais baixa a relação suíno-frango, mais competitiva é a carne suína em relação às outras", enfatizou em uma análise divulgada na semana anterior.
O spread entre a carcaça bovina e suína, que chegou a ultrapassar 150% no passado, atingiu o menor percentual do ano em julho, alcançando 70,6%, de acordo com Machado. "O crescimento significativo na disponibilidade interna de carne suína nos últimos anos, o que contribuiu para uma das maiores crises da história da suinocultura, finalmente foi estabilizado. No entanto, o aumento da oferta doméstica de outras carnes limita o aumento no preço pago ao produtor", explicou o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.
O ano caminha para fechar com uma redução nos custos da atividade, estabilização na produção com crescimento abaixo de 3% em relação ao ano anterior e exportações recordes, com a retomada de volumes expressivos para a China e um crescimento lento e contínuo para outros.