21/08/2023 às 10h20min - Atualizada em 21/08/2023 às 10h20min

Setor de carnes está preocupado com cenário de curto prazo

Perspectiva de sucesso se mantém a longo prazo devido à demanda asiática e vantagens estruturais de Brasil e Estados Unidos

- Da Redação, com Canal Rural
(Foto:divulgação)
O cenário presente e futuro do setor de carnes foi objeto de discussão intensa durante o AgroForum 2023, evento promovido pelo BTG Pactual que reuniu líderes e especialistas do setor agropecuário. Eduardo Miron, CEO da FriGol, liderou o debate com uma análise franca da atual situação do setor, destacando que há preocupações substanciais no curto prazo. 

Segundo Miron, as principais empresas enfrentam desafios imediatos que impactam o avanço saudável do setor. Ele apontou elementos como as oscilações cambiais, os riscos fiscais cada vez mais evidentes, a forte dependência das importações chinesas e um mercado doméstico que não está expandindo como projetado. 

Essa combinação, agravada pelas altas taxas de juros, projeta uma perspectiva desafiadora para o setor no curto prazo. Contudo, Miron também expressou sua confiança de que, olhando a longo prazo, o Brasil está bem estruturado e tem capacidade para triunfar nesse cenário. 

Ricardo Faria, Presidente do Conselho da Granja Faria, adicionou à discussão, focando especificamente no caso dos ovos, um produto que se distingue das proteínas mais convencionais. 

O presidente explicou que o aumento do interesse global por ovos foi motivado pelo surto global de gripe aviária. Esse contexto abriu portas para oportunidades de negócios, resultando em um notável crescimento das exportações de ovos e um alívio na pressão interna do mercado. 

Faria também enalteceu a "fortaleza sanitária" do Brasil como um diferencial importante no mercado, frisando que, ao contrário de outros grandes produtores de proteína avícola, o Brasil conseguiu manter uma eficaz vigilância sanitária, permitindo fornecer proteína animal com qualidade e segurança.

Gilberto Tomazoni, CEO da JBS, trouxe à tona a reação do mercado diante da pandemia, mencionando os estímulos governamentais e as mudanças na inflação e poder de compra. Ele expressou otimismo quanto ao futuro da proteína, realçando que a demanda continuará em ascensão, especialmente na Ásia. 

Tomazoni salientou a importância de compreender as diversas dinâmicas da proteína animal na China, explicando que o país já produz volumes significativos de frango e suíno, mas ainda tem espaço para importações em segmentos como a carne bovina. Ele antecipou que, mesmo diante de obstáculos temporários, a demanda chinesa por carne bovina continuará a crescer, devido à dificuldade do país em produzir essa proteína. 

Em resumo, apesar das inquietações de curto prazo, o setor de proteína animal mantém um potencial de sucesso duradouro, impulsionado pela demanda crescente da Ásia e pelas vantagens estruturais do Brasil e Estados Unidos para suprir essa demanda em expansão.

Da Redação, com Canal Rural
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