07/08/2023 às 10h55min - Atualizada em 07/08/2023 às 10h55min
Assembleia debate soluções sustentáveis para desenvolvimento econômico da Amazônia
Realizada em Belém, no Pará, evento reúne autoridades e especialistas em meio ambiente
- Da Redação, com Agência Brasil
(Foto:freepik) Neste domingo (06), ocorreu a abertura da plenária intitulada “Diálogos sobre Bioeconomia Amazônica: Transformação Rural Inclusiva”, realizada em Belém (PA). A busca por soluções sustentáveis para o desenvolvimento econômico da Amazônia, utilizando a tecnologia e inovação como peças centrais para a construção de sistemas alimentares sustentáveis e a geração de produtos de alto valor agregado na região esteve entre os temas debatidos no evento.
A vice-diretora da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Maria Helena Semedo, enfatizou que a bioeconomia amazônica deve ser moldada pela transformação rural inclusiva, reconhecendo o papel essencial dos povos indígenas e das comunidades tradicionais da região. Ela destacou a necessidade de envolvê-los ativamente nas decisões, garantindo que não sejam apenas consultados, mas também protagonistas.
A promoção do uso sustentável dos recursos amazônicos para a produção de alimentos e produtos de alto valor agregado, enquanto se fomenta uma exploração responsável e sustentável dos recursos naturais, é a essência da bioeconomia amazônica. Maria Helena sublinhou que o desenvolvimento de modelos sustentáveis e o fortalecimento das cadeias produtivas são essenciais, enfatizando a importância da pesquisa, inovação e ciência nesse processo, assim como a incorporação dos saberes tradicionais.
A vice-diretora da FAO elencou três pontos cruciais para a transformação inclusiva na Amazônia: estratégias de combate à fome e à pobreza, equidade no acesso a recursos e redução de desigualdades; análise de sustentabilidade para a economia amazônica, incluindo posse da terra e gestão dos recursos; desafios e oportunidades para a produção sustentável e abastecimento de alimentos, com foco na agricultura familiar e participação das mulheres rurais.
Parte do evento técnico apoiado pela FAO, os debates alinham-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1, 2 e 10 - erradicação da pobreza, fome zero e redução das desigualdades, respectivamente. O governador do Pará, Helder Barbalho, apresentou as projeções de exportação em torno de US$ 120 bilhões por ano, através do plano estadual de bioeconomia, que enfatiza produtos que se alinham de forma sustentável com a floresta.
Barbalho enfatizou que o uso sustentável do solo deve caminhar lado a lado com a fiscalização ambiental e a redução do desmatamento. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, salientou a necessidade de proteção da floresta e a regularização jurídica para avançar na produção sustentável. O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco, ressaltou a importância da preservação da floresta para a viabilidade da bioeconomia.
A bioeconomia amazônica, impulsionada pela tecnologia, inovação e sustentabilidade, emerge como uma abordagem promissora para um desenvolvimento econômico que respeite o meio ambiente e valorize as comunidades locais. A união desses elementos tem o potencial de não apenas transformar a economia da região, mas também promover a conservação da biodiversidade e o respeito às culturas tradicionais.