02/08/2023 às 11h10min - Atualizada em 02/08/2023 às 11h10min

Mais arrobas com gérmen de milho

(Foto:divulgação)
O gérmen do milho é um coproduto originado a partir do processamento do milho pela indústria alimentícia e de combustível. Essas indústrias têm como foco o uso do amido do grão e durante o processamento, o gérmen do grão acaba sendo separado e esse coproduto pode ser usado com sucesso na alimentação animal.

O aproveitamento de subprodutos agroindustriais para alimentação de bovinos tem se tornado uma excelente estratégia na redução dos custos com alimentação, sobretudo para o regime de confinamento. O gérmen de milho integral é um subproduto da industrialização de milho que apresenta grande potencial energético, principalmente pelos altos teores de extrato etéreo (EE), em torno de 15%.

Os animais submetidos aos diferentes níveis de gérmen de milho integral (GMI) apresentam bom desempenho. A inclusão de GMI na dieta de bovinos machos confinados até o nível de 45% pode ser utilizada, por proporcionar maiores ganhos de peso diário e carcaças mais pesadas, sem influenciar o consumo de matéria seca, conversão alimentar e as características de rendimento de carcaça dos animais, apesar de ter influenciado o tempo de ruminação e ócio.

De acordo com processamento do milho (via seca ou via úmida) o gérmen de milho poderá apresentar diferentes quantidades de lipídios, sendo que, no processamento por via seca, o gérmen do milho obtido apresenta menor quantidade de óleo quando comparado ao gérmen proveniente pela via úmida, isso porque, uma parte do pericarpo e endosperma não consegue ser retirada, diminuindo então a concentração lipídica no produto. A moagem por via úmida origina maior variabilidade de coprodutos e com maior valor agregado no mercado.

A preocupação com o uso excessivo de gérmen se deve ao fato de que a inclusão de lipídios na dieta de ruminantes parece comprometer o consumo por fatores metabólicos que controlam a ingestão de alimentos, sendo os mais aceitos a inibição do esvaziamento do trato gastrointestinal causado pela colecistoquinina e a sinalização da saciedade causada pelo aumento da taxa de oxidação de ácidos graxos no fígado. A preocupação com a diminuição do consumo se deve em virtude de que sua variação explica cerca de 60 a 90% do desempenho animal.

A principal vantagem da utilização do gérmen integral na dieta de bovinos é a maximização da ingestão calórica, essencial para a manutenção da produção e do escore de condição corporal desses animais. Outra vantagem desse subproduto é a redução da concentração de carboidratos não fibrosos da dieta, principalmente amido, o que pode evitar quedas bruscas no pH ruminal e, por conseguinte, os efeitos deletérios à produção e saúde animal.

A utilização de gérmen de milho nas regiões onde este produto é disponibilizado é uma alternativa viável para alimentação de bovinos.
 
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