28/07/2023 às 09h51min - Atualizada em 28/07/2023 às 09h51min

Investir em carne gourmet traz rentabilidade ao pecuarista

Escolha permite que produtor não fique refém das oscilações de mercado commodity

(Foto:divulgação
A produção de carne premium, também conhecida como carne gourmet, selection ou prime, por conta de seu alto valor agregado, tem sido uma opção mais rentável para o pecuarista. Porém, nem todo gado corresponde às especificações relacionadas a este nicho. “Por isso, na hora do abate é necessário fazer análises de espessura da carne e da cobertura de gordura”, afirma a médica veterinária da VetBR Bruna Ribeiro Pazetto.

De acordo com a especialista, a carne premium se diferencia da carne commodity por receber uma classificação superior. “A carne premium possui características específicas de qualidade, que a torna superior, e que podem estar associadas a fatores intrínsecos (raça, marmoreio da carne, idade ao abate do animal) ou extrínsecos (fazenda com certificação de bem-estar animal, carne produzida sob baixo impacto ambiental, carne orgânica, etc.)”, esclarece Bruna.

Segundo ela, os pecuaristas que pretendem ingressar nesse mercado, antes de tudo, precisam escolher qual nicho desejam atender. “Outra recomendação é buscar empresas e profissionais que possam acompanhar a produção e orientar sobre a melhor forma de produzir carne de qualidade, seja ela psra qualquer um dos nichos escolhidos”, acrescenta.

Impactos
Em relação  à produtividade, Bruna informa que a carne gourmet otimizará a rentabilidade do negócio do produtor. “Produzindo uma carne gourmet, o pecuarista não ficará ‘refém’ das oscilações de mercado que a carne commodity sofre constantemente”, destaca. “Isso torna o negócio mais lucrativo e, assim, o produtor poderá produzir mais (em reais), por hectare.”

Sobre as características que diferenciam as carnes premium das demais, ela destaca dois fatores que definem esse posicionamento de mercado. “Dentre os fatores intrínsecos que sentimos ao comer a carne temos suculência, maciez e sabor (que estão relacionados à idade do abate, nutrição, raça, entre outros)”, explica. “Por sua vez, carnes que têm fatores extrínsecos agregando valor a elas podem possuir certificações de produção carbono neutro, boas práticas na fazenda, etc.”, esclarece.

Aportes tecnológicos
Na opinião da veterinária, tanto a gestão do rebanho quanto o uso de tecnologias podem acelerar a ampliação da produção de carne gourmet no país. Como exemplo, ela cita inseminação artificial em tempo fixo (IATF), que visa aprimorar a genética do rebanho e produzir animais aptos a se encaixarem nas especificações relativas ao produto que será produzido (animal com mais gordura entre o tecido muscular, mais precoce para ganho de peso, entre outros).

Bruna informa que outra tecnologia que vem sendo empregada para carnes gourmet é a ultrassonografia para avaliação de carcaça. “Com esta tecnologia, é possível avaliar deposição de gordura em diferentes áreas do animal e usar os dados como tomada de decisão sobre escolha de reprodutores e animais aptos ou não a irem para o abate e se tornarem uma carne gourmet”, explica.
Por fim, ela observa que o mercado de carne gourmet tem muito espaço para crescer no Brasil. “Ainda não somos autossuficientes, ou seja, produzimos menos do que consumimos. Além disso, ainda existe escassez em números e informações sobre a produção desse tipo de carne em nosso país”, conclui a veterinária.
 
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://canalpecuarista.com.br/.